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PARALELEPÍPEDOS

PARALELEPÍPEDOS

Minha Várzea, minha cidade querida, Lembro-me de ti todos os dias!
Das tuas ruas tranqüilas, de suas calçadas, de seus becos, de tuas casas singelas, caiadas, coloridas, terra de Seu Geraldo 'Bita' Anacleto.
Do banco de Nina de madrinha Joaninha Mulato, do sorriso de Dezilda, da alegria de Anacilda, das tranças de Lúcia de Rosemira.
Das caminhadas de Nuca, da simpatia de Vera, de Inês Bandeira de Beto da inesquecível Otacília 'Cila' Marreiros.
Da grande dona Marica do Eduncandário Padre João Maria, minha primeira escola dos bons tempos, ali na descida da Travessa Brasiliano Coelho de Oliveira.
Entre uma tesourada e outra, lembro-me da Barbearia do Arlindo, aonde a gente botava os assuntos em dia. Barba, cabelo e bigode, com maestria. Uma obra-prima, o melhor corte da cidade. Vale a pena conferir!

Na verdade, Várzea é mesmo um lugar para descansar e curtir a harmonia da natureza, um paraíso perto de você, um recanto dos anjos, de Ângelo Bezerra, seu fundador.
Lugar de gente feliz, bem sorridente, de saúde e bem-estar, de ruas bem cuidadas, ambiente bem equilibrado, bem ecológica, bem-te-vi, de bem com a vida, bem na foto - a Várzea que sonhamos.
Hoje eu quero aqui falar de coisas que exprimam a sua beleza e simplicidade. Minha Várzea, saiba que todo o meu peito pesa, cheio de saudades, paralelepípedos!

Quero deixar explodir aquilo que se sente, no interior do peito, no coração de um filho varzeano, longe de sua amada terra, seu chão, um enorme peso.

Quero expressar de uma maneira forte, potente, dolorida, que corrói a alma da gente, mas não poderia ser de outra forma.

Que contrarie versos com sentimento ausente e venha para eternizar cada lembrança, cada vontade de voar para lá... lá para onde mora a minha gente!
Lá para Várzea de Terezinha Tomaz de Lima Anacleto, mulher de fibra, amiga de todas as horas, que nunca teve medo de bicho-papão. Aliás, ela mata o bicho e assa o pão, afinal ela não nega o sangue que corre em suas veias: é da estirpe de Seu Plácido 'Nenê' Tomaz de Lima, inesquecível varzeano cabra- macho, sim, senhor!

Quero lembrar como é grande, gigante o amor que sinto por essa cidade chamada Várzea! Dá para ver, não é mesmo? Só não ver quem não quer! E o pior cego...

Este nosso solo brilhante, notável, impressionante, do mais lindo pôr-do-sol, o mais contagiante visto lá do Calango!

Que se sinta o ribombar das palavras na mente, no cérebro, na alma da minha gente, nunca esquecida, que luta sem trégua, que pega na rodilha (arre égua!) e não tem medo do peso do pote nem do fardo!

E o eco destas na sua vertente fé em São Pedro, nosso venerado padroeiro.
Versos com um significado ardente, a ultrapassar as fronteiras da distância, do tempo e do vento. Bendito, chaveiro do céu, que proteja a minha gente!

Qualquer coisa que nos impregne na sua corrente, desatando nós e amparando a todos os varzeanos e seus descendentes distribuídos em todos os confins desse imenso País. Que nos livre de todo mal. Amém!

Que seja suficientemente um caudaloso rio, a correr para o oceano de cada coração, feito o Calango a desaguar no Joca, sangrando de cheio, pelo paredão.
E a saudade a desaguar no meu peito: Nós 'varzeanejamos' e eu 'varzeano',
sem nada de estresses ou correrias, para esvaziar o pensamento, nos deixar a voar, voar até lá, aonde mora a simplicidade das coisas da vida.

No seu tema, no que está a cantar, seja bem-te-vi ou sabiá, nas frondes das suas lindas palmeiras ou lá no açude do Itapacurá, de onde saem doces pitombas lá do sítio dos avós de Edileusa Cunha de Djalma Cruz, irmão de Madalena e Vinícius.

Para nos abrir o coração e depois o sarar, ouvindo as gostosas gargalhadas de Rosário Gomes ou degustando a vida jogando bilhar no Salão do Eduado 'Maninho' Gomes de Moura.


Que nos falem da lua a brilhar, nossos jovens meninos e meninas morenas, na praça a embalar a noite numa chuva de prata e sorrisos, recanto do luar. Nem precisa enfeitar a praça, a beleza já está lá, sem adereços!

Que nós contemplemos o que temos de melhor: a mais hospitaleira gente potiguar.
Que cantemos a fresca nascente, desde as novas esperanças ao sustentável meio ambiente, que ora verte na cabeça das nossas crianças - lembrando sempre que a elas pertence tanto o presente quanto o futuro. Cuidemos, pois, de preservá-los, agora!

E que toquemos na água corrente dos nossos açudes, rios, riachos e ariscos de água doce, nas terras de dona Beatriz, dos Belos, dos Virgílios, dos Marreiros, dos Angicos, dos Seixos, dos Ferreiras de Risolita etc.

Pois um poema desta magnitude, e tão simples, não mente, nem poderia ser diferente, pois retrata a alma da minha gente varzeana, gente tão boa e tão decente.

Não o faz pois não quer, não tem jeito, e não o pode, por
mais que se tente, Várzea é assim, verdadeira, lugar de gente que não mede o que sente, pois ama sem medida - o coração da sua gente é grande demais da conta e nem precisa de rima.
A gente é para o que nasce: autêntica gente feliz!
Viu como você viu, espírito santo? Só não vê quem não quer! E ao pior cego... não tem colírio que dê jeito! Ave-Maria, cheia de graças!

Autor: JOÃO MARIA LUDUGERO
(Escrito em 22 de dezembro de 2008).
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Beto Bello

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