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POEMA ESFOMEADO
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Autor: Ludugero, 05/02/2009.
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Eu traço riscos e rabiscos
calculo pesquiso arrisco
gizo as paredes da memória
sincera mente
não faço cera não me engano
adequado faço uso das palavras
articulado me lapido me acrescento
desamparado me asseguro
aparo me deparo eu me reciclo
cara a cara me humanizo
eu me interesso pela entrevista
por inteiro te encaro me declaro
de resto miro-me pela fresta dos seus versos
alternado me intercalo
me careço me inquieto
fico teso retesado no desejo
pelo diálogo dos textos me transmito
enquanto me fazes de gato e sapato no ato no artigo
não corto os nós que desato desacato
sonho no balanço das suas palavras me atiro
meu pensamento vacila quente eu me adentro
num estalo no seu vaivém diuturno eu me atiço
você volta estica nossa primeira frase eu me converto
sua fala fértil corta o nexo
eu me instalo em tuas tranças
falo que faz falhar este começo, eu rebuliço
ultrapasso a rigor seus embaraços
eu me perco eu me acho a te caçar
perdidamente apaixonado,
corpo a corpo eu te calo eu te colo
olho no olho eu me dispo eu te cego
dente por dente eu castigo a céu aberto
boca a boca eu te rasgo me enrosco
mastigo engasgo engulo
e ainda por cima entalo
degluto e palito os dentes.
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VNT Online, postado em 19/02/2009
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