VIA LÁCTEA

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VIA LÁCTEA

Autor: Ludugero, 10/02/2009

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Ao bel-prazer

sem vergonha nenhuma

de mostrar suas tetas

ela botava suas tetas de fora

sem estrelinhas nas pontas

sem consternação

sem nenhum pudor de ter/ser tetas novas,

mais brancas que a casca do ovo,

tetas de polpa de coco novo,

tetas que coram as rosas do jardim

da rua José Lúcio Ribeiro.

Teta que faz minha Várzea

ter beleza sem par,

no meio da qual se fareja

o broto à flor do instante

a verter um grão desejo lá dentro da mão,

pérola de te provar, de te possuir.

teta na medida exata do termo, singular

serena, pronta para florescer inquietar-se

divina teta que desenferruja o lado ruim do dia,

venha derramar todo leite

lentamente no céu

da minha boca

não teimes em me poupar a pele

sacia meu desejo insatisfeito,

desafia os sentidos

muda a face gasta do dia, me deleita a alma,

faça-me nascer de novo,

germinar a semente que poderia

ser contente trigo a virar pão

amassa o corpo a massa

do futuro ao pendente

oh, teta minha,

venha me trazer o sol da manhãzinha

venha me acordar de bandeja,

fazer café com leite

venha me jorrar sua luz, manancial

venha me ensinar a fazer manhas

de amor, papaia e sumo

doce deleite.

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VNT Online, postado em 03/03/2009