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A CARA DA MINHA CIDADE
Autor: Ludugero, 09/03/2009.
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Menina morena,
Não teimes em fingir
que teu olhar é somente uma pacata cidade
e o meu, apenas uma janela com um vaso
e uma flor - chamada saudade!
Não me venha dizer que o sol não desenha
uma cidade no teu rosto. Não teime, pois.
Atrás, distante léguas e léguas da retina,
aonde nasce a cor do teu olhar,
crescem absurdos canteiros de flores
e um açude bonito de se ver
chamado de Calango!
Longe, no horizonte da espera,
eu vejo teus lábios (fechados)
em uma nuvem azul, esfacelada
sinto teu cheiro de terra molhada:
prenúncio de chuva... chuva boa
para irrigar nosso abençoado chão!
Já pela manhã, eu respiro tua voz
Vapor vital do meu dia-a-dia,
minha flor de maracujá
À tardinha, caminho teus passos, sem pressa
À noite, eu mastigo teus presságios,
rumo à rua da pedra
teu silêncio corre solto,
dou vazão ao sentimento
e me jogo de corpo e alma nos teus braços,
simplesmente onde dorme a paz e
o mais belo dos crepúsculos,
na minha Várzea de Teresa Gabriela,
numa rede de sisal armada entre as
duas mais belas palmeiras
de São Pedro.
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