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MAIS UMA DE BEM-TE-VI
Autor: Ludugero, 12/03/2009.
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Eu corri tanto para te encontrar...
atravessei o leito do rio Joca, quase cheio
saltei cercas de arames farpados,
gritei teu nome aos quatro cantos
pelas quatro bocas afora me joguei...
Mas parece que ainda foi pouco:
não me ouviste.
Calaste-me o espírito,
porque tua fé era pouca
ou não confiaste em São Pedro?
Saiba que nosso amigo Pedrão
nunca abandona seus filhos amados.
Eu não tenho mais armas
que não as tenha já usado.
Eu que te amava tanto, tanto.
Sabes o que mais te posso dar?
Serve um rio, um mar, ou
simplesmente um açude de amor
do tamanho do Calango, sangrando?
Não sabes a imensidão do que sinto por ti,
pois se soubesses, meu bem-te-vi,
justo eu que nem bem te vi já me apaixonei...
hoje mais pareço um bem-te-vi fora de hora.
Mesmo assim, dá-me carona
em tuas asas me leva pra casa de
Seu Olival Oliveira de Carvalho,
quero lá no retiro me banhar,
chupar cana-caiana
ver o sol me pôr pra dormir,
como dorme o mais belo dos crepúsculos
e amanhecer na minha Terra das Acácias!
Mas se não puderes, não faz mal,
pois pior que viver
com pés presos no chão,
longe do meu Varzeão,
é me retirar de cena
sem mais poder ouvir
tua doce canção:
bem-te-vi!
bem-te-vi!
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