DIANTE DE DUAS PALMEIRAS

DIANTE DE DUAS PALMEIRAS
Autor: Ludugero, 08/maio/2009.
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Somos duas palmeiras
altaneiras copadas frondosas
excelsas nunca soberbas
rainhas deste rincão
de bacuraus e de corujões,
não temos partido algum
ficamos à mercê
das intempéries,
mas neste momento
estamos unidas
pela mesma estação
e na mesma cidade
da felicidade
e trazemos as marcas e
as cicatrizes do tempo
no caule, desde a raiz
encravadas no acolhedor solo
de São Pedro apóstolo,
por tuas densas longas folhas
verdejantes bandeiras
erguidas para o céu!
Que deixes o sol passar
que deixes o luar me banhar
abriga-me em tuas sombras.
Solitário em meu passeio
não posso sentir fadiga,
pois estou perto da casa
do meu pai Odilon,
descendo a Brasiliano Coelho
de Oliveira, atravessando a ternura
das noites de maio,
alento que me faz respirar
o bom cheiro de pão
da padaria de Terezinha Tomaz Anacleto,
filha de seu Plácido ""Nenê" Tomaz
de Lima e outros aromas
da terra de Ângelo Bezerra,
outros ruídos que me chamam a atenção,
outros vapores que me enlevam
que me fazem sentar para descansar
nesta rocha potiguar, a cultivar amores
no meu retiro entre duas palmeiras
Que se avizinham
vestidas de indispensável luz,
pintando um quadro de natureza viva,
que falam doce ao coração
de todo varzeano que se preza,
que não vê por todo ele agora
outro habitante do mundo
capaz de sentir tanta paz de espírito,
que somente diante
de duas palmeiras assim
é que se pode sentir
tamanha e santa paz,
a paz da minha Várzea das Acácias!