UM CHEIRO DE CAFÉ COM LETRAS E MÚSICA NO AR...

UM CHEIRO DE CAFÉ COM LETRAS E MÚSICA NO AR...
Autor: Ludugero, 18/05/2009.
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Princesa, menina-desejo,
será que foste apenas delicada
em oferecer-me um café?
ou teria ficado só nisso?
Eu bem que tentei te dizer adeus,
mas meu coração te olhou de um jeito!
Eu me perdi inteiro,
quando me achei nos teus olhos.
Não insisti e baixinho, estarrecido,
acabei por te roubar um beijo
e um farto sorriso de até logo!
Tua atenção me reuniu versos soltos e simples,
coisas assim tiradas do repentino olhar, tão breve,
coisas da retina que a pressa-desejo
não esqueceu de guardar, na mente.
Algo de bom ficou no ar, um aroma, um perfume.
Daí, juro que te beijei de novo, de corpo e alma,
sem nem sequer haver te dado um toque, nenhum tato.
Como é que pode? Será que tive um sonho acordado?
Mas meu coração se fez feliz e inquieto,
e passou a ouvir aquela canção que ensaiaste
apesar de estares em silêncio.
Eu juro que ouvi em alto
e bom tom toda aquela música...
Tinha música, sim, claro!
Até dancei parecendo um louco,
um doido varrido aos olhos de estranhos!
pois não havia qualquer ruído, nenhum som,
nenhuma cantiga, isto para os outros.
Pois, para mim, juro que havia uma canção, uma toada,
numa sinfonia que me afastou do tédio,
tirou com a mão o cinza da minha vida, de vez.
As cores saíram das sombras, do escuro,
trazendo enigmática luz num aceso prisma.
Eu juro que ouvi seus olhos gritando amor!
Vi seus olhos miúdos,
dois olhos verdes
que compuseram essa canção
que há muito eu não ouvia em nenhuma rádio,
que há muito eu não ouvia em nenhum coração,
que há muito eu não sentia tanta luz
e um cheiro de café tão bom assim...
Até fiquei sem verbos!
E foi por isso mesmo,
por toda essa grandeza que aflorou,
que nem seria mais preciso nenhum verso,
pois já estava mais do que dito,
de certo, sem sombra de dúvida:
EU TE AMO!
de novo, eu te amo,
de novo, sem palavras,
de novo, em silêncio,
e a música continou...