MINHA "VARCENA" MAIOR
Autor: Ludugero, 05/06/2009.
.
Agora eu já sei:
Era o que eu já sabia!
Já estou deveras convencido
De que distante de ti, minha Várzea,
Não sou tudo não sou nada,
Apenas vislumbro alhures
Uma triste personagem
Abstraída do mundo em seu entorno.
Já não estou em mim, faz sentido,
Mas sim num espaço assombroso,
Disperso e imaginário, sem nexo.
.
Sem ti, pressinto exausta paisagem,
Impregnada de sombras opacas,
De sombras que acabam
de me tirar o chão, o solo,
Por aquebrantar a realidade.
.
Na estante, os livros mesclam cores
E diversas figuras nascidas do cinza
Da poeira, do pó que se apossou
Do tempo retido nas cortinas
Da sala de estar das tisnas das velas
Das lamparinas de outras ideias...
.
Num instante,
Os tomos estão mais sérios,
Ao lacre, imóveis na mobília,
Fechados em mundos de outras primaveras
De outros sóis, de outras luas,
Em murchas flores esquecidas
De outras músicas de ontem
Nas folhas encardidas de hoje
Que outrora tiveram rasgos de melodia
Que movimentaram outros recitais
Que comoveram outras mãos outras crias
Que fizeram sonhar sonhar sonhar... acordado.
Páginas e páginas como intermédio
De viagens, bilhetes e papéis de balas.
.
Hoje eu elenco títulos singulares
Que muitas vezes, nas entrelinhas,
Serviram de capa para essa alma tonta,
Vagando sem bússola, sem norte,
Eu me lembro da composição bonita
De outros quadros, de outras histórias
Emolduradas sobremodo no centro
Das paredes ou até na entrada da minha casa,
Transformando o ambiente singelo e pacato,
Num suntuoso cômodo em reverência
Ao valor das pequenas coisas simples
Da minha Várzea das Acácias.
.
Que mais depois disso?
O vendedor de passados,
Cinza das horas... estarrecido.
No arquivo vivo resta a beleza,
Que não é fruto de nenhum número,
E tem a poesia do acalanto como bandeira.
A poesia que decreta em letras,
Em palavras viscerais, em versos,
Que não haja mais frio
Que as vestes do novo
Sejam repletas de encanto,
De intenções e esperança,
Aos moldes da liberdade
Que faz perene a luz do consenso
Do candeeiro da acesa chama,
que se bem compartilhada,
faz um bem danado à vida.
.
E rio Joca acima, eu me acho,
Ou pelas ribanceiras, eu reflito.
Eu penso alto, na seca ou na cheia,
Que ninguém está condenado ao sumidouro,
Quando se tem pela frente um bom acervo
De memórias bem vivas, não e-Vapor-adas.
.
Por derradeiro,
No final de contas,
Ela tem razão, a dona do tino,
Pois, o preço da liberdade é a solidão,
Que pode ser necessária, não se enlouquece,
Não se deixa demente, pois existem páginas
Não arrancadas do livro onde nada se perde
Onde tudo se salva, assim mesmo, se eleva,
Até no arrebenta-peito, no estouro do paredão
no sangradouro do açude do Calango,
como numa página da vida
que assim preconiza:
.
E lá me ficava com seu teto amigo
Minha velha casa, meus livros,
Minha Várzea verde, com flores,
por todos os lados,
Minha "Varcena" maior,
Minha feliz cidade,
Meu melhor lugar
Do coração!
Autor: Ludugero, 05/06/2009.
.
Agora eu já sei:
Era o que eu já sabia!
Já estou deveras convencido
De que distante de ti, minha Várzea,
Não sou tudo não sou nada,
Apenas vislumbro alhures
Uma triste personagem
Abstraída do mundo em seu entorno.
Já não estou em mim, faz sentido,
Mas sim num espaço assombroso,
Disperso e imaginário, sem nexo.
.
Sem ti, pressinto exausta paisagem,
Impregnada de sombras opacas,
De sombras que acabam
de me tirar o chão, o solo,
Por aquebrantar a realidade.
.
Na estante, os livros mesclam cores
E diversas figuras nascidas do cinza
Da poeira, do pó que se apossou
Do tempo retido nas cortinas
Da sala de estar das tisnas das velas
Das lamparinas de outras ideias...
.
Num instante,
Os tomos estão mais sérios,
Ao lacre, imóveis na mobília,
Fechados em mundos de outras primaveras
De outros sóis, de outras luas,
Em murchas flores esquecidas
De outras músicas de ontem
Nas folhas encardidas de hoje
Que outrora tiveram rasgos de melodia
Que movimentaram outros recitais
Que comoveram outras mãos outras crias
Que fizeram sonhar sonhar sonhar... acordado.
Páginas e páginas como intermédio
De viagens, bilhetes e papéis de balas.
.
Hoje eu elenco títulos singulares
Que muitas vezes, nas entrelinhas,
Serviram de capa para essa alma tonta,
Vagando sem bússola, sem norte,
Eu me lembro da composição bonita
De outros quadros, de outras histórias
Emolduradas sobremodo no centro
Das paredes ou até na entrada da minha casa,
Transformando o ambiente singelo e pacato,
Num suntuoso cômodo em reverência
Ao valor das pequenas coisas simples
Da minha Várzea das Acácias.
.
Que mais depois disso?
O vendedor de passados,
Cinza das horas... estarrecido.
No arquivo vivo resta a beleza,
Que não é fruto de nenhum número,
E tem a poesia do acalanto como bandeira.
A poesia que decreta em letras,
Em palavras viscerais, em versos,
Que não haja mais frio
Que as vestes do novo
Sejam repletas de encanto,
De intenções e esperança,
Aos moldes da liberdade
Que faz perene a luz do consenso
Do candeeiro da acesa chama,
que se bem compartilhada,
faz um bem danado à vida.
.
E rio Joca acima, eu me acho,
Ou pelas ribanceiras, eu reflito.
Eu penso alto, na seca ou na cheia,
Que ninguém está condenado ao sumidouro,
Quando se tem pela frente um bom acervo
De memórias bem vivas, não e-Vapor-adas.
.
Por derradeiro,
No final de contas,
Ela tem razão, a dona do tino,
Pois, o preço da liberdade é a solidão,
Que pode ser necessária, não se enlouquece,
Não se deixa demente, pois existem páginas
Não arrancadas do livro onde nada se perde
Onde tudo se salva, assim mesmo, se eleva,
Até no arrebenta-peito, no estouro do paredão
no sangradouro do açude do Calango,
como numa página da vida
que assim preconiza:
.
E lá me ficava com seu teto amigo
Minha velha casa, meus livros,
Minha Várzea verde, com flores,
por todos os lados,
Minha "Varcena" maior,
Minha feliz cidade,
Meu melhor lugar
Do coração!
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