A PROCISSÃO DO PADROEIRO

A PROCISSÃO DO PADROEIRO
Autor: Ludugero, 09/06/2009.
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O sol já começa a se deitar no crepúsculo,
Deixando o céu quase encarnado no poente.
Toca o sino da torre da igreja-matriz,
Há folhas de eucalipto e alecrim pelo chão.
Na Brasiliano Coelho de Oliveira,
Pelas ruas da nossa Várzea,
Que Deus a proteja!
Vai atravessando a procissão.
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Os homens vão na frente, marchando a compasso,
Carregando o andor, todo iluminado,
E nele está São Pedro, de chave na mão,
intercedendo junto aos céus por nós.
Enquanto mulheres e crianças cantam e (en)cantam
As palavras se entrelaçam em prece e oração.
Munidas de rosários e terços de contas,
As novas esperanças se erguem nas mãos.
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Ali o que mais contagia é a sagrada alegria
Que vem do coração desta gente guiada pela fé,
Que lhe acena com o regente braço,
como que a dizer a este povo
que a felicidade é possível
de novo, de novo, de novo!
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Vejo os passos firmes, tão bem alinhados!
Trazem aos ombros brilhantes promessas,
E em cada face rebrilha ao sol a certeza
De que melhores dias virão!
E toca o sino na torre da igreja,
Há jasmim e anises-estrelados pelo chão.
Na nossa Várzea, que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.
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Eu olho os irmãos da nossa confraria,
Vejo animada trupe a se preparar para o auto de São Pedro,
Muito solenes nas roupas engomadas, o ensaio e a dança.
Eu bem sabia que nesta terra havia assim tanta garra,
Tantas vozes assim unidas prestes a entoar o "Varzeamar",
Ou talvez uma canção que servisse de trilha
A embalar bonitos anjinhos vestidos de paz.
E um deles leva a coroa de espinhos,
Enquanto o menor deles descolou uma asa!
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As colchas ricas, formando troféus pelas janelas,
As mães e as filhas, os lindos rostos, de rendas e véus, adornos
Por trás das mantilhas, mais parecem anjos que vieram do Céu!
Sentada na calçada, Dona Neve recorta os retalhos
A pregar, a cingir os coloridos fuxicos,
De molde a reunir, a juntar com artimanha e zelo,
O sentido do belo que se estampa na face pacata desta gente,
Que se ajoelha ao passar o andor reluzente.
E não há na minha Várzea das Acácias nada mais bonito
Que estes passeios de São Pedro!
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Toca o sino na torre da igreja,
Há rosas brancas e alecrim pelo chão.
Reza a nossa gente, que Deus a proteja!
Já passou a procissão.
São Pedro já lhe abriu as portas
da Feliz Cidade, Várzea!
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E é justo neste instante solene que se faz a magia da luz
Na vastidão do céu que todo se ilumina, desde o chão,
numa chuva de fogos de artifício!
E ninguém mais segura esse rojão de alegria!
Tudo é festa! Tudo é festa!
E viva o povo varzeano!
E viva São Pedro!
E viva São Pedro!
Amém!