VÁRZEA: UM AMOR ESCANCARADO!

VÁRZEA: UM AMOR ESCANCARADO!
Autor: Ludugero, 22/06/2009.
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Bem sei que longe do Calango estamos,
Mas em breve nos encontraremos
Na casa da simplicidade, de fato,
Nos pés desta nossa humilde casa caiada,
No mesmo lugar onde te amei e te fiz feliz
No mesmo lugar onde fomos tão felizes!
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Várzea, senhora do meu destino desde cedo,
De meus ventos, suspiros e vapores vitais,
Dona de minha singela existência, dos meus ariscos,
Pedra de seixo finita e imortal onde de desventuras
E tristeza faço-me calmo para o mundo, de saudades
Que carrego comigo, no fardo.
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Eu sinto saudades, à beça, dos teus encontros
Dos teus encantos, das tuas encruzilhadas, das tuas praças.
Da tua paisagem de paz, dos teus pássaros e bem-te-vis.
Das tuas noites intermináveis na praça de São Pedro.
Várzea, sabes muito bem que agora tenho a
Sublime coragem de a ti me entregar,
De corpo e alma, total-mente, sem medo,
De forma solene aos teus abraços, sem receio,
No teu colo, nas tuas vertentes, nas tuas águas.
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Mas agora, neste exato instante,
Eu estou aqui em Brasília, eu-tão-distante!
Sei que estou longe de minha morada, de passagem, eu sei!
Mas esta dor, esta saudade imensa,
Saudade tão densa, intensa, que me dilacera,
Esta que me corrompe, mata e maltrata
O peito por dentro e por fora, a todo momento,
E até me atira longe contra os paredões da sorte, ao alvitre,
Fazendo-me frágil aos desprazeres da carne e da vida.
Longe de ti, vivo uma solidão fútil e inútil,
Que tende a me afastar de ti, léguas e léguas,
Sem nunca conseguir o intento.
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Justo eu que sou teu filho,
Este que vive e morre de amores
Por ti, minha pequena Várzea!
Um dia sei que irei embora,
Só Deus sabe quando, mas quero que saibas que,
Mesmo assim, estarás ali grudada em meu peito.
E todos dirão: Ele se foi! Ele se foi!
Mas, logo, todos verão, junto da minha identidade, às escâncaras,
A cara de um cara que sempre levava no coração um grande Amor:
A Várzea que ele amava tanto!