BÁLSAMOS VARZEANOS

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BÁLSAMOS VARZEANOS
Autor: Ludugero, 24/06/2009.
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O céu varzeano é cheio de nuvens
Esfiapadas, formando animais imaginários
No pensamento que corre pelo infinito azul.
Céu azul da minha Várzea,
Céu azul e branco feito as barbas
De São Pedro padroeiro,
Mensageiro das nossas súplicas,
Fazei nascer o sol de lá para todos
Cada dia muito mais amarelo, radiante,
E que, no seio cálido da aurora,
Desponte bonito por entre as duas palmeiras,
onde sopram bons ventos, ares puros,
Vapor que enche o peito da gente
De contentamento, de alegria duradoura.
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Tua paz é tão peculiar,
Não há nada igual em nenhum lugar por onde andei.
Assim, muito me apraz falar das nossas duas palmeiras,
Tão altaneiras, verdejantes, tranqüilas, voltadas para o alto;
Sinto-me em perfeita paz e harmonia com a natureza
Em meio às luzes desse bálsamo
E o céu da boca à flor da pele,
Transbordando de satisfação por ter nascido ali
Naquele chão que me dá chão, alicerce,
Naquela terra que me fez fincar raízes,
Naquele vale fértil aonde plantei
Sementes de Amor
Que me darão frutos por toda a vida.
E de brinde, levo nas mãos
Um coração inquebrantável
Um coração tão varzeano, incomensurável,
Ao florir das primeiras horas,
Nas margens do Calango, meu açude
De água potável,
Que é boa para se beber,
Água de beber que não mata
A minha sede de saudades!
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Venha, minha Várzea, me acolher no colo!
Trazer-me teu seio, dar-me guarida,
Me ofertar toda a proteção necessária,
Todo o carinho, amparar-me no teu refúgio.
Deixa que os ventos cálidos de tua alvorada
Venham cochichar nos meus ouvidos,
Venham bafejar o hálito bom de outras quimeras.
Querendo me levar a embalar
Meus sonhos acordados
Numa alva rede de algodão
De punhos presos num armador
Entre as duas palmeiras
Da minha pequena seara de São Pedro.
Que me venham tuas águas-de-cheiro
Banhar meu corpo, por entre bálsamos,
A se derramar por entre cântaros e cantares,
Venha lavar minha alma,
Minha Várzea,
Meu Amor de salvação!