UM CORAÇÃO A GALOPE

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UM CORAÇÃO A GALOPE
Autor: Ludugero, 23/06/2009.
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Minha pequena Várzea,
Eu escrevo o teu nome no papel,
E vejo-me correndo pela estrada de terra,
Que se abre e se fecha a partir das quatro bocas;
Correndo sobre a areia do rio Joca,
Fazendo versos, atrás de borboletas
E das flores do mato, pura sensação!
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Pela margem do rio, pelo coqueiral,
Eu me atrevo a seguir sem receios, sem medo de nada;
Poeta que sou, finjo-me encontrar na morada dos reis,
Pronto para cavalgar nas ondas do vento;
Fugindo do leve respirar do momento, do sonho
Para que não se apresse o redemoinho
A levantar o pó, a poeira das horas felizes,
A assustar os canários-de-chão
Que enfeitam a paisagem da minha terra
Com um suave canto
Que impregna de bons ares
A tarde amena da minha Várzea das Acácias!
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Só espero no que tenho:
No meu olhar de menino varzeano,
Que triplica no céu a cor da lua cheia,
Brincando de montar no tal cavalo branco
De São Jorge, a salvar a mocinha do dragão da lua,
A cobrir de fantasias o que é permitido sonhar.
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E o que te ponho nas mãos, sem desespero,
É simplesmente a humildade do meu sorriso
E a riqueza do meu canto de imitar passarinho!
Vejo flores no chão, no chão da minha Várzea,
Entre as moitas miúdas onde escondo preás,
Espalho aquelas palavras nas quais engendro
Meu secreto legado de sonho acordado, extasiado!
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A minha poesia, meus versos simples,
Tangidos em carne e osso, são de esplendor e mistério,
Em letras que dão vida aos meus sentimentos não mornos
De menino arteiro, menino varzeano que
Ainda acredita na força do sonhar junto!
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A minha poesia tem tudo a ver com a minha Várzea.
A minha poesia tem tudo a ver
Com o meu Amor por este lugar
Que existe e faz a gente sonhar
E acreditar que o sonho é possível!
Eu te amo, Várzea!