LUA VARZEANA

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LUA VARZEANA
Autor: Ludugero, 22/06/2009.
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Minha lua-lua,
Lua de São Pedro,
Lua de Amores nunca minguantes,
Lua alva, lua crescente
Lua bonita no céu
Lua branca e nua,
Lua verde refletida nova mente
Nas águas do açude do Calango,
Lua de Recordações,
Minha lua de lembranças.
E já se foram tantas luas...
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Quero me desnudar em ti,
Me banhar no teu luar de prata,
Quero me refletir, um tanto introspectivo,
Gostaria de caminhar pela rua do Cruzeiro,
Seguir pela rua das pedras,
Pelos becos, pelas saídas
Me emaranhar nas tuas entranhas,
Pelos teus arames,
Pelas tuas encostas,
Pelos teus vapores
Chegar até o rio Joca
E mais de perto olhar o reflexo
Da lua verde nas tuas águas
De rio que me banha os pés
Na terra mais amada,
Minha Várzea abençoada!
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Ninguém sabe ao certo
O foco do que vem
Na tua lua cheia,
que tanto nos ofusca.
Mas, na enchente do rio,
Nesta sabemos que muita coisa desce
Na cheia, com as águas turvas do rio,
Descem melões, descem melancias,
Descem espigas de milho verde,
Descem desprazeres, descem maracujás
E até juazeiros arrancados pela raiz
Pela força das águas, dos redemoinhos,
Ou ao que tem para chegar ao sol
Do teu desejo de lua, de fases.
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É consabido que grande parte
Dos nossos movimentos
Se podem perder nas incertezas que a vida
Nos coloca para tornar certas decisões.
Eu tomei ciência, desde muito cedo,
De que tão natural pode ser o nosso equilíbrio
Como os nossos deslizes,
Contudo, não é razão bastante
Para nos tornar imóveis, prostrados.
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Eu sei que sinto assim mediante minha posição de poeta,
De engendrar palavras e versos.
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Sei que de pés bem firmes no chão,
Garantirei maior solidez na vida.
No entanto, reconheço
Que, se assim for os minutos todos,
Mal chegarei a enxergar as margens
Dos caminhos da minha Várzea,
Ou ouvir os mais lindos pássaros cantar,
Perto da minha janela.
Assim como, jamais comerei do mel
Que as abelhas fariam no jardim
Do meu tempo de felicidade,
Ali bem no interior do meu retiro potiguar,
Na minha pequena cidade da felicidade,
Minha Várzea das Acácias!