SÚPLICA VARZEANA (I)

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SÚPLICA VARZEANA (I)
Autor: Ludugero, 29/06/2009.
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Xibimba foi encontrado
Perdido em pensamento
Numa esquina da Travessa
Brasiliano Coelho de Oliveira.
Se achava cheirando bons ares.
Era o cheiro de pão quentinho
Da fornalha que acabara de sair
Da Padaria de Seu Plácido Nenê,
Pai de Terezinha Tomaz de Lima!
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Ninguém se riu quando viu Xibimba,
Assim com o olhar de peixe morto,
Mas ele não estava caído, tombado;
Seu olhar estava em riste para o alto
Das duas palmeiras, altaneiras, verdes!
Ele estava a rezar, a pedir ventura
Para sua pacata gente varzeana!
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Trazia no bolso restos de nova esperança,
Percalços de quem ainda acredita
No aperto de mão que unirá,
sem distinção de qualquer sorte,
Corujões e bacuraus, numa paz selada,
Em prol da nossa cidade da felicidade.
Juntos a lutar pela verdadeira paz,
A compartilhar sonhos de um mundo
Que precisa sonhar junto para ser realidade,
Despojada do triste rótulo de lados opostos,
Como soldados em trilhas inimigas,
A empunhar diferentes bandeiras e armas.
Afinal, Várzea carece dessa vida partida?
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Regressando às ruas da minha pequena cidade
Sinto-me tal qual Xibimba, ofuscado, com a vista turva.
Sei que não me sinto curado da saudade,
Mas consciente não saio atirando pedras na lua,
Pois não estou num hospício sem janelas.
Estou afoito para saciar em meus versos
A sede que trago de ver todo meu povo feliz,
Voltado para um altar de bênçãos, de graças,
Pois nós precisamos delas, de fato, desde agora,
São Pedro que ouça as nossas súplicas!
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Várzea somos todos nós!
Ela precisa dos nossos cuidados,
Ser amada, incondicionalmente.
Então, porque ter um coração partido?