VÁRZEA: EU BEM-TE-VEJO!

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VÁRZEA: EU BEM-TE-VEJO!
Autor: Ludugero, 06 de julho de 2009.
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Sentado à margem do Calango
À tardinha...
Observo o espelho d`água do açude.
Me vejo nele refletido,
Escoando por entre os juncos
Sangradouro abaixo...
Saudades, saudades e saudades!
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Escuto o barulhinho mágico desse
Elemento purificador e o canto magnífico
Dos passarinhos vindo da minha verde Várzea...
A tarde é amena, roubo-te um beijo.
Canta o bem-te-vi, eu bem te vejo, eu bem te quero!
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Na quebra desse encanto,
Contemplo esta divina natureza;
Como é bom viver as coisas simples deste lugar
Abençoado pelo divino apóstolo Pedro.
Várzea tem sendas, caminhos que levam a vapores vitais;
Suas trilhas são de incomensurável beleza!
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De sorte que deixo fluir meus pensamentos,
Que voam, esvoaçam nos versos livres que faço;
Que ganham força, e viajam longe, longe
Nas asas de uma canção de liberdade
Que ganha amplitude e devoção
Em direção ao céu aberto, a partir da tua boca!
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E assim renasce um sol esplêndido,
Diretamente do céu da tua boca.
Nela me acho, nela me perco, nela me encaixo
E me deleito - na tua boca - que me dá a senha:
Estão abertas as portas do céu!
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Neste momento, uma brisa passageira me adensa.
Deixa cair o véu da tarde, sem receios
orvalhando teu corpo, colado ao meu;
Sigo regando minha vida com o néctar da mais linda flor,
Do Maracujá que desabrocha da tua alma apaixonada
De menina-flor da minha Várzea das Acácias!
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Oh, quão lindo é o arco colorido que prende tua fronte,
A trança do teu cabelo, teu cheiro, ao toque do meu Amor.
E é incrível o fenômeno quando o teu olhar bate no meu
E acontece aquela espetacular explosão de alegria,
Tudo emana contentamento, satisfação plena,
Tudo é luz cruzando sobre o espelho d`água do Calango.
E assim se deita o astro-rei após a brisa passageira.
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Eu estou deveras com a alma renovada,
Reluzente, ávido, sossegado,
Com a íris, com a retina completamente limpas, sem manchas
Extasiado, tudo por causa da beleza
Que acabou de passar por mim, de súbito!
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Assim termino minha contemplação à natureza, iluminada-mente,
Vendo o mais bonito pôr-do-sol, o crepúsculo lá no meu Calango,
Com a sensibilidade da Poesia que me assola o juízo,
Que pulsa cada vez mais forte no peito, por todos os lados,
No coração deste menino encantado, enamorado,
A Cada dia, cada vez mais varzeano!