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VÁRZEA, PARA TE AMAR, NÃO PRECISO DE RIMA!Autor: Ludugero, 29/07/2009.
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A poesia sem rima
É poesia do mesmo jeito,
Tem sentir, tem sentido...Eu sinto!
É como o sol que clareia mentes
Dando calor e cor aos ambientes,
É um açude tipo o Calango cheio,
Com sua água que parece verde...
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É jardim que tem flor de todo tipo,
Flores de fedegoso, de muçambê, canapu
De diferentes estirpes, silvestres ou não!
É namoro com paixão, flor do Maracujá!
É coração cheio de amor agreste,
A se derramar pelas estradas de chão do Trapiá,
Sem precisar de alegoria nenhuma,
Sem carecer de rima
É doce de caju, é doce de goiaba,
É doce de leite, é licor de jenipapo,
É como cabrito novo a pastar na Vargem
Aprendendo a dar pinote, sem jeito,
É casinha branca simples, caiada,
Com água fria no pote, na moringa.
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Pode a poesia não ter nem a métrica
Nem a rima, pode parecer dia ou noite,
Mas sempre haverá estrelas lá em cima;
O poeta é feito um cantador de viola,
Artista e obra-prima... É Cícero-Cego e sua sanfona!
São versos pirilampos que alumiam a alma da gente,
Mesmo se o poema não tem rima!
É como o rio Joca e um cardume de piabas afoitas
Numa alegria só solta na flor das águas tão límpidas!
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A poesia tem perfume, tem Vapor e vertentes Amores...
Pode nela faltar rima, mas luz nem carece trazer,
Já viu faltar pisca-pisca na bunda do vaga-lume?
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A poesia sem rima é poesia do mesmo jeito,
É milho no mesmo sabugo das letras.
É filho que traz sua mãe ao peito, nunca bastardo,
É a mãe que nunca perde o filho, nem mesmo crescido,
É uma jóia de valor, diamante de intenso brilho.
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A poesia sem rima pode ser assim riacho de mel,
É castanha de caju, é uma bacia de mangas.
É como fazer a farinhada, repleta de tapioca e beiju.
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Sem a métrica e sem a rima
A poesia assim mesmo se presta ao que SINTO.
Pois não falta o encanto, o cantar
Dos sabiás lá do seu Tida.
Não falta o romantismo das noites enluaradas
Da minha amada Cidade da Cultura,
Minha Várzea das Acácias!
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A poesia sem rima
É bodega de cachaça, é o Bar do Beto ou do Maninho,
É o a conversa fiada lá na Praça do Encontro,
É a Semana Santa com peixe distribuído de graça,
É a oração de São Pedro, é a missa de Domingo,
É o incenso, o turíbulo e a fumaça.
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A poesia sem rima
É um pássaro e o seu ninho
É um canário em seu chão!
Pode também ser a mais dura saudade,
Assim como a que agora SINTO,
Saudade da gota serena, a que SINTO da minha Várzea,
Pois sou mais um João longe da sua casa.
Assim sou feito espelho sem reflexo,
Sou um quadro que tem a sua feitura
Na moldura dos meus versos,
Mesmo que não tragam rima!
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O que importa é o que eu SINTO:
Eu amo muito esta cidade que me dá felicidade,
Todos os dias em que escrevo meus poemas para ti,
É mesmo Amor em palavras o que SINTO
Em forma de coração, que é o molde da poesia!
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