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À PARTEIRA CARMINHA!Autor: Ludugero, 08/07/2009.
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É tarde de verão na minha Várzea
No vapor das palavras sensatas
No suor das mãos calejadas
Nos papéis amarelados,
Nos registros de nascimento,
No calor das horas nas arestas do parto
Nas mãos corajosas de Carminha, a parteira,
O artefato a ferramenta de corte do umbigo,
A tesoura afiada, a linha, a agulha, o novelo
A água morna a bacia o útero
A placenta a criança o grito sem hora,
O dar à luz a vida a forma a respiração o choro preciso
Que o poeta traz ao cesto das entradas das camarinhas.
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A comemoração, os comes-e-bebes,
O gole a aguardente o trago
o vinho ainda quente a cachaça
A galinha caipira o pirão batido
Na tigela, o escaldado de farinha e tempero
O resguardo, o período subseqüente ao parto,
O repouso no quarto da saúde,
A justa homenagem, o gesto
Que ora se acende na modesta luz
De Ludugero, poeta varzeano!
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É a vida pelas mãos da parteira,
Que assiste que socorre que ajuda
A vir o broto o fruto o rebento, o porvir...
E quando ela nasce tudo o mais se cala,
Canários no chão, lavadeiras no rio Joca,
Aromas de alfazema dentro das casas simples,
A massa nas casas de farinha, a prensa a mandioca.
Tudo fica em silêncio diante de tanta luz!
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É justo aí que gira o mundo.
É quando a sibila das cores
Abre as pernas às palavras, ao verbo
E os poetas sentem as dores em versos
Como crianças que berram ao primeiro respirar
E fazem passagem no ventre, na carne
Até chegarem ao cerne, dentro da ternura
E à primavera mais dura vão sem medo.
É a vida que nasce e renasce,
A vida que se acende bem de manhãzinha
Feita de poesia pura, de poemas
Feitos de Coragem, de Amor, de ânsia,
De bravura, de renovada Esperança,
Sob as poderosas mãos de Carminha,
Guiada pela Mão-Maior lá de Cima!
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Que para sempre seja lembrado,
Que jamais seja esquecido
O nome da mãe de Telma,
Dona Carminha, parteira sim!
Corajosa senhora que deu à luz
A muitos destinos varzeanos,
Muitos meninos e meninas,
Que foram pegos na chegada
Pelas divinas mãos
Abençoadas mãos,
Por intermédio
De dona Carminha,
Agora morando lá em Cima,
Sob a luz eterna Daquele que Tudo Pode,
Iluminada-mente!
OBRIGADO,POETA LUDUGERO! REALMENTE, A DONA CARMINHA MERECE ESTA JUSTA HOMENAGEM. VC É O CARA MAIS INCRÍVEL QUE CONHEÇO!!!
ResponderExcluirCADA DIA QUE PASSA, VC NOS SURPREENDE MAIS COM SEUS TEXTOS E SUA POESIA TÃO GENUINAMENTE VARZEANA!
E VC NÃO ESQUECE DE NINGUÉM, NEM DAS SUAS RAÍZES! ISSO É MUITO RARO NOS DIAS ATUAIS. ESPERO Q TODOS POSSAM LER E ENTENDER PROFUNDAMENTE O SIGNIFICADO DESTE PELO POEMA EM HOMENAGEM À ILUSTRE PARTEIRA VARZEANA.
QUE A FAMÍLIA DELA POSSA GUARDAR ESTAS PALAVRAS COM CARINHO E GRATIDÃO. VC, POETA, É NOTA MIL!!! PARABÉNS-QUE BELEZA DE POESIA! VALEU,MESMO! ABRAÇOS,
DÁCIO - NATAL -RN.
Será que a Vereadora TELMA já viu este poema? Ela deve ter ficado emocionada e ao mesnmo tempo lisonjeada com as magníficas palavras do POETA VARZEANO em homenagem à sua Mãe Carminha. É um poema para ser emoldurado, guardado com carinho,pois é uma grande homenagem a uma pessoa batalhadora e corajosa chamada dona Carminha. Justa homenagem feita pelo poeta Ludugero! Para ele tiro o chapéu e lhe concedo todas as honrarias de um grande varzeano. Vc, poeta, é nosso maior orgulho!Saiba disso,onde vc estiver, muito te amamos e admiramos seu caráter! Um forte abraço,
ResponderExcluirAna Oliveira e Antonio Oliveira - São Paulo/SP (netos de filhos da terra varzeana).
Que a família da Telma emoldure mesmo o poema acima,pois é uma grandiosa homenagem à Carminha, eterna parteira varzeana! Grande nome jamais esquecido pelos varzeanos. Valeu pela homenagem, poeta!
ResponderExcluirAbs, Bel.
Já li e reli a poesia feita para Carminha.Olha,coisa assim, é da gente admirar,pois este poeta Ludugero,só engrandece mais e mais a sua gente varzeana, a cultura do lugar e enobrece o nome da sua cidade. Continue assim, poeta,e obrigado por nos fazer sentir orgulho de ser varzeanos.
ResponderExcluirAssunção - Rio de Janeiro/RJ.
Que perspicácia!Que conhecimento minucioso,que precisão sobre o parto, sobre a parteira, sobre o dar à luz...Vc poeta é mesmo uma grande figura a reluzir no altar da glória do povo varzeano! Viva Ludugero e sua poesia, viva o João Maria de Seu Odilon, filho da nossa terra varzeana. Parabéns, querido poeta!
ResponderExcluirAbraços,
Arnaldo - Natal - RN