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CHUVA DE VERÃO



CHUVA DE VERÃO
AUTOR: LUDUGERO

Eu gosto de olhar as folhas no chão
Logo abaixo das frondosas mangueiras
E dos cajueiros, gosto do cheiro que exalam
Simplesmente, dá gosto observar a natureza
Gosto de ter o outono sob meus pés
Gosto de ver as folhas soltas, no redemoinho, ao vento
Gosto de pisar nas folhas, no chão
Gosto de sentir meus pés no húmus
É gratificante demais, estou certo disso,
Sempre achar um tempo, ter uma fração
De segundo para uma conversa com o tempo
Que alia a poesia aos versos, de frente e verso.

As horas passam depressa demais.
O relógio da igreja nos acorda a toda hora;
Os ponteiros na parede apenas pontuam meu pulso,
Meu pulsar bate e rebate retumbante.
Meu coração-tambor tão lúcido me alucina
Meu destino-equador se desalinha
Chega a doer minhas têmporas,
Eu me desnudo a céu aberto,
E o tempo certo muda, transmuda-se.
Muda a temperatura, sobe o Vapor na minha Várzea,
Cai a chuva e inunda tudo, é a enchente da ilusão
Que extravasa minha alma seca.
Irresignado, meu espírito segue feito zumbi
Junto às folhas caídas.

Chega voraz o silêncio. Fico atordoado.
O tempo é mudo, tudo se cala, mas o silêncio...
Esse grita alto, é tenaz, dilacera o peito,
Minha pena é temperamental, não tem jeito,
Sinto que meu poema não tem tempo,
Precipito-me, embora eu já pressinta
Que vem vindo um temporal...
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Beto Bello

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