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OLHOS DE PIETÁ



OLHOS DE PIETÁ
Autor: João Ludugero.

Menina da pele da cor do bronze,
Venha dizer que o sol não desenha
Uma Várzea no teu rosto. Teima.
Atrás, distante léguas e léguas da retina,
Onde nasce a cor do teu olhar,
Onde crescem lindas flores de mulungu.

Longe, no horizonte da espera,
Eu vejo teus lábios (fechados)
Em nuvens esfiapadas
No céu de São Pedro apóstolo,
Sob o mais belo pôr-de-sol.

De manhãzinha, eu respiro tua voz serena;
À tarde, caminho teus passos na Praça do Encontro.
À noite, eu mastigo teu silêncio no Recanto do Luar;
Na madrugada, fico em claro, ouvindo uivar o vento
A repensar meus pontos de vista, impaciente,
Querendo mergulhar profundo nos teus olhos de esperança
Verdes assim como as águas do açude do Calango.

Meu coração se recolhe ao cárcere do meu peito.
Atento, não sei mais fugir aos teus encantos.
E de resto, estou feliz e condenado a apelar
Pro resto da minha vida, uma vez que não há outro recurso,
Não há outro meio pra ser feliz, senão feito réu algemado
A seguir passo a passo somente para ganhar a liberdade
Que só existe no céu da tua boca, menina nativa!

Menina que me solta, que me prende, que me cativa.
Que me deixa a rezar de joelhos, contrito e devoto,
Como quem venera a própria senhora do destino.
Motivada pelo Amor de Deus, senhora
Tenha piedade de mim, dona minha,
Menina varzeana da cor do pecado!
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Beto Bello

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