VÁRZEA: SER FELIZ É TUDO QUE SE QUER!
VÁRZEA: SER FELIZ É TUDO QUE SE QUER!
Autor: João Ludugero, 10/09/2009.
Eu acordo com o sol da minha Várzea,
Sinto o mavioso canto dos passarinhos,
Observo de perto o bem-te-vi
No pé de graviola a cantar.
Eu bem-te-vejo, minha doce menina-moça de tranças
A passos ligeiros, oh beleza de vida,
A romper o solene silêncio dos paralelepípedos
que cortam a rua Felipe Jorge
E fazem um traçado que leva à Vargem.
As folhas e as flores do jardim estão ávidas,
E a verde algarobeira ainda guarda
O sereno na praça do encontro.
São gotas de orvalho da noite passada.
O dia atravessa a Brasiliano Coelho
a passos lentos, sem pressa alguma,
Enquanto a padaria de Seu Nenê Plácido Tomaz
Lança cheiro de pão quentinho
Por toda a Cidade de São Pedro.
E assim prossegue o aroma de bolachas regalias,
De brotes de coco e biscoitos que adocicam
Toda a alma da gente, à beça!
Saudades do Homem do Pitéu, Seu Nenê Tomaz,
Que sempre de cabeça erguida nunca reclamava da lida,
Apenas sabia agradecer e agradecer, mas que pedir,
E difícil era vê-lo de semblante caído,
Mas sempre altivo, alegre, corajoso
E que não sabia cruzar os braços às adversidades da vida.
Bravo Senhor, Plácido pioneiro das terras varzeanas!
Ali no cruzeiro ainda queimam velas de parafina,
Preces e orações são ditas ao vento,
Acesas esperanças estão de pé, de resto,
A fé rompe barreiras, sopra cisco de olho cego,
Retira quebranto de vivas almas penadas, a tempo,
Que apelam por socorro, em plena rua das pedras.
E a paz que ali jaz,
E aquele sossego que nos faz carregar pedras,
E as tantas promessas que aprendemos a pagar,
Como é imensa a nossa devoção, nossa fé santa,
No escopo de que melhores dias virão, a contento,
A fazer sorrir num instante o pacato cidadão varzeano,
Ele que ainda acredita e canta a espantar suas agruras,
Numa cantiga de Amor e de esperanças novas.
Uma toada corta a tarde amena,
Mais parece uma melodia contente.
É o Seu Odilon que improvisa um canto solto no ar,
É o crepúsculo, é ao cair do dia, é a saudade que chega!
Com a garra e a coragem que lhes são atinentes
Seu Odilon abre os braços e faz a sua prece, com fervor,
Abrindo espaços, construindo novos sonhos e caminhos!
E assim o varzeano segue invertendo a tristeza,
Sacudindo a poeira das trilhas agrestes,
E ainda acredita, ainda tem esperanças,
Desafiando com bravura e honradez, de lar a lar, a sorte,
De beco em beco, o gravitar de pulmões plenos, a todo Vapor.
Sua voz inquebrantável ecoa pelas quatro bocas e vai além,
Sobreavisando que somente a força do Amor pode verter
Berrar, gritar, gritar e libertar, desatar os nós,
Na certeza de dias melhores e mesas fartas,
No intuito de que viver a vida em toda sua plenitude,
Ainda vale a pena, ah, se vale! E como vale!
É por tudo isso que digo de peito aberto e o espírito elevado:
A vida me fez assim, cada vez mais varzeano,
Cada vez mais orgulhoso de ser filho deste amado solo,
Desta abençoada terra de Mãe Claudina,
Guerreira que deu à luz a tantas vidas!
Ao ensejo,
Eu desejo toda alegria ao povo
Da minha Feliz Cidade!
Ser feliz ainda é possível,
Apesar dos pesares,
Apesar das perdas e ganhos.
Ainda resta acreditar na força do peito,
E não cruzar os braços às adversidades,
Arregaçar as mangas,
sem medo de carregar pedras,
Porque é feito de pedras o alicerce
do castelo dos nossos sonhos acordados.
E sonhar já é o primeiro grande passo...
Eu acredito na força que carrego coração,
É a força do Amor que me dá asas:
EU TE AMO, VÁRZEA!
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