BONS VENTOS DA MINHA VÁRZEA...
Autor: João Maria Ludugero.
Eu atravesso
a Brasiliano Coelho de Oliveira
Eu Sinto aromas e ruídos.
Pressinto cheiro de esperanças novas no ar
Eu sinto o vento bater na minha cara
Eu sinto o mormaço do rio Joca a evaporar-se.
E venta que venta
ao sol do meio-dia a pino
Sopra o vento com toda força.
Eu ouço a cigarra a cantar ao longe,
Eu ouso um passo de dança ao ar livre
Eu invento, eu teço meus versos ao relento
Eu vejo nuvens se dissiparem no céu aberto
E o vento dos ariscos a sacudir a poeira.
Venta pela rua da pedra,
Apagam-se as velas do Cruzeiro.
Avivam-se as cercas verdes, pelos quintais a fora.
E em meio a tudo isso, eu observo Seu Antonio Ventinha
A tanger seus porcos prontos para o próximo abate.
Eu faço este poema trazido pelo vento-brisa,
onde as palavras rodopiam, driblam mata-burros.
As palavras seguem por recantos
de chão de terra molhada
por retiros de mato verde.
Eu me lembro de Seu Olival,
Eu me lembro de Dona Penha.
Eu me lembro do açude do Itapacurá
Eu bem me lembro das flores do Maracujá.
Eu vou junto com a ventania pelo Vapor a dentro.
E assim, suave como a brisa que passa eu me atiro
Com a leveza intensa do orvalho que fica
que nos remete a uma bonita ciranda.
Imagino quanta palavras,
pequenas ou não, o vento leva,
quantas ele traz direto ao meu poema.
Vento propício, lindo, profundo, forte.
Indo e vindo, melancólico, belo e favorável
A trazer boas novas!
Ventos inesperados de um novo tempo
Venha e venta assim um vento bom pela varanda
A abrir portas e janelas da minha Várzea.
Chega perto e vem feito vento bom a balançar
as tranças das meninas-moças, contentes
Venha desfolhar as palhas dos coqueiros
e das palmeiras de São Pedro apóstolo.
Ah, como eu gosto desse vento
que desalinha minhas palavras.
Vento que me atiça a memória, dando-me norte,
E nas entrelinhas bafeja meus versos
Evaporando pra longe a tristeza da vida.
Venta e traz ares mais puros
numa brisa amena, calorosa,
que avança pelas quatro bocas
das crianças saudáveis, espertas,
que pintam o sete na minha Várzea,
numa lição de amor que vira crença.
Vento que não desbota o verde-compromisso
Com o meio ambiente, com a natureza
Que bem começa no meio da gente.
Só pra o nosso bem-estar, bem-querer-viver,
apesar de toda aridez, apesar das pedras,
Só pra despertar, no meio de nós,
a alegria de ser varzeano, de fato.
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ISSO SIM É QUE É POESIA! ANTES EU NÃO GOSTAVA DE LER POESIA, ACHAVA UM SACO, MUITAS PALAVRAS MELOSAS. AGORA EU VEJO DE FORMA DIFERENTE, GOSTO DEMAIS DA FORMA QUE O POETA VARZEANO ELABORA SEUS POEMAS. ATUALMENTE NÃO FICO SEM LER ESSE VNT, PARA ME DELICIAR COM OS TEXTOS DESSE CARA QUE TEM A CARA DE VÁRZEA. ADORO SUA ESCRITA, SEUS TEXTOS ME FIZERAM E ME FAZEM VER A VIDA MAIS BONITA. ADORO VOCÊ, POETA VARZEANO. CONTINUE A NOS BRINDAR COM ESSAS MARAVILHAS. OBRIGADA, POR VC EXISTIR! DEUS TE ILUMINE MUITO. PARABÉNS, PELA POESIA TÃO CHEIA DE ENCANTO E AMOR POR UMA CIDADE. ABRAÇÃO,
ResponderExcluirDA ADMIRADORA ANA.
REALMENTE ANA, ESTE CARA É DO BALACOBACO!!!ADORO TUDO QUE ELE ESCREVE. PARECE QUE ELE FAZ PRA GENTE,É UM CONHECEDOR DA ALMA DO POVO VARZEANO, DA ALMA DO LUGAR. ESSE VNT VAI LONGE. Adoro tudo no Blog. Fico atualizada e ainda viajo na mais bela poesia do escritor das Várzeas. Eta, poeta de mão cheia! te gosto demais da conta. abs, Núbia.
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