O MAPA DA MINA
autor: João Ludugero
meu tesouro,
minha botija,
meu encanto
minha pepita de ouro
a reluzir na bateia
minha pedra preciosa,
traga-me noticias de lá
fale-me das águas
do pequeno rio grande
da vargem e dos seixos a rolar
das cacimbas salobras do Joca
que lá careço matar minha sede!
quero beber em tua moringa
de potável saudade
andar descalço
e ver de perto o riacho
a encher cristalino leito
repleto de piabas e jundiás
só pra me fazer a festa
transbordar o Calango, sangrar
no interior do meu peito
insistindo pra eu ficar
e satisfeito nadar na correnteza!
não, não me diga mais nada
deixe-me ouvir o canto do bem-te-vi
saiba que eu te quero danada
com todo jeito de mato
com todo aroma da terra
toda molhada de orvalho
acho bonito vê-la nos ariscos
a me seguir nessa estrada
até um dia eu chegar de jeito
só pra te serenar, meu sabiá!
Várzea,
já lhe fiz tempero, com versos,
já virastes sustento, feito alimento
e é quase um desespero, um entrevero
se não te sinto cá dentro...
minha mina,
minha Várzea,
meu doce rio de amor
meu açude do Itapacurá,
ria de mim, acho doce viver assim...
a correr, a discorrer a ideia do meu canto!
Eis aqui uma das mais bonitas poesias que li sobre Várzea. Este poeta Ludugero é mesmo um cara que sabe o que escreve, como escreve e pra quem escreve, para aqueles que conhecem e ama a nossa grande e abençoada terrinha-nossa Várzea amada, terra de uma gente que sofre, mas que ão entrega os pontos e segue em frente, destemida gente varzeana. Sinto muito orgulho de conhecer esse Cara e sua história de vida tão bonita. Viva o poeta varzeano, viva o João Ludugero! Com admiração e estima ímpar,
ResponderExcluirSandra