lá na subida da ladeira,
espreitar a tua chegada.
Eu via o voo dos pássaros ao longe,
Eu via o voo dos pássaros ao longe,
perto do horizonte, muitos,
até apareceres lá nas lonjuras
e eu não via o tempo passar.
Vinhas a léguas e léguas,
e eu já te ouvia cantar, carro-de-boi,
e já te antevia entrar no verde caminho
que ronda a beira do rio Joca,
lugar aonde se tem que vir, a propósito,
nem que seja para molhar os pés,
e lavar a alma.
Ali a gente sentia
o cheiro do mato verde,
da estrada de terra molhada,
da lenha nas chaminés
da casa-de-farinha do arisco
de dona Clarice de Seu Nilton
de dona Clarice de Seu Nilton
E eu ali, de prontidão,
só de admirar a paisagem,
ficava embevecido,
oh, carro-de-boi,
a escutar a cigarra estridente
a disputar com tua cantiga.
logo eu caía na real, mais leve,
e tratava de voltar pra casa
contente da vida,
ainda ouvindo teu canto
como que a embalar
a vida simples que a gente levava
ali no meu Varzeão
da saudosa madrinha Onélia
de Seu Raimundo Rosas.


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