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O CARRO-DE-BOI












autor: João Ludugero

Eu gostava de ir
ao Alto dos Rodrigues
lá na subida da ladeira,
espreitar a tua chegada.
Eu via o voo dos pássaros ao longe,
perto do horizonte, muitos,
até apareceres lá nas lonjuras 
e eu não via o tempo passar.

Vinhas a léguas e léguas, 
e eu já te ouvia cantar, carro-de-boi,
e já te antevia entrar no verde caminho
que ronda a beira do rio Joca, 
lugar aonde se tem que vir, a propósito,
nem que seja para molhar os pés,
e lavar a alma.

Ali a gente sentia
o cheiro do mato verde,
da estrada de terra molhada, 
da lenha nas chaminés 
da casa-de-farinha do arisco
de dona Clarice de Seu Nilton

E eu ali, de prontidão, 
só de admirar a paisagem,
ficava embevecido,
oh, carro-de-boi,
a escutar a cigarra estridente
a disputar com tua cantiga.
logo eu caía na real, mais leve,
e tratava de voltar pra casa 
contente da vida, 
ainda ouvindo teu canto
como que a embalar 
a vida simples que a gente levava
ali no meu Varzeão 
da saudosa madrinha Onélia
de Seu Raimundo Rosas.
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João Maria Ludugero

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