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O ESPANTALHO



autor: João Ludugero

quero que alguém me diga,
que é do meu canário,
será que amarelou
ou arribou asas do meu chão,
que é do meu rouxinol
diga lá, meu coração,
pinga-fogo apagou?

atravessei o Joca
fui ao Vapor, no roçado
colher milho para o fubá
na urupema sobrou xerém,
quirela restou na cuia
que é do tico-tico
cadê  meu bocado
de sentimentos, meus ais
espero dissipar
quero-quero já, meu amor!

será que de tanto
ouvir meu penar
arribação se foi
sabiá voou, desatou voo,
deixando-me apenas eu,
colibri de flor e flor

agora sou teu 
solitário tetéu
afoito com pobres rimas,
cadê bem-te-vi,
cadê meu bem
que faz tempo não vejo

desde a última chuva,
será que de tanto
ouvir meu lamento
joão-barreou minha  sina?

de espantalho-estou-de-plantão
assombrar o passaredo,
eis a minha missão,
parecendo um judas
prestes a ser malhado
em pleno sábado de aleluia!
já pensou que alegria
se existisse espantalho
para espantar a saudade?
a gente colocava assim
pertinho do coração...
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João Maria Ludugero

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