ARAUTO DA VÁRZEA
Autor: João Maria Ludugero
Bem sabias, varzeaninha,
que eu viria aqui pra te ver
entoar aquela doce cantiga
que outrora um sabiá me ensinou.
só pra encantar luas meninas
mergulhadas no verde-musgo
do açude do Calango
E a gente se esquecia das horas
quando ia lá roubar estrelas cadentes,
sem receio das verrugas
que porventura viessem a aflorar
se alastrando pelos braços,
rótulas e joelhos desse menino verde
de olhar e coração que não envelhecem nunca
Na ilusão de voar, desconsidero Ícaro,
na invenção de amar, de novo, de sonhar alto,
arauto de renovadas esperanças
decolo sobre a floração da roça de mel
que plantei na minha Várzea,
enquanto a roda do tempo
vai moendo meus bagaços
nesse engenho de lembranças
Eu, menino velho peregrino,
sigo no desvão do vento moleque,
agarro-me no teu olhar-querubim,
refaço o passo, sem pena de mim,
só pra ganhar um bocadinho
da sua garapa de colibri,
provar do néctar dos deuses,
criar asas e avoar afim de chegar lá
perto do teu bebedouro colorido, menina caiana,
só pra purgar minha estranha dor,
mergulhando no melaço quente
da tua boca de céu aberto
Lindo poema. Dá até vontade de andar e voar nas asas da imaginação do poeta João Maria. Que maravilha, cara, como sabe escrever assim? Vc é grande!!!! Abração,
ResponderExcluirTânia
Bom é pouco...Tá tudo essa poesia! Esse poeta é arauto de muitas esperanças, de uma paz que repassa pra gente... Incrível uma coisa dessas! Muito bom...demais!
ResponderExcluirJúnior
Belo demàs, lindo poema. Esse poeta é inovador pero tradicional, imagético
ResponderExcluirgood...muy gracyas.
Jarbas Pietro Novaes Piro
Buenos Aires