E POR FALAR EM PAZ...

Autor: João Maria Ludugero

Minha pacata cidade,
minha Várzea amada,
assim te vejo e te sinto no meu sonho
como lembrança boa que não se perde
no desvão do tempo
na calada da noite madrugada a dentro
sinto o cantar suave da tua brisa
a embalar tuas duas palmeiras
de São Pedro Apóstolo
ao sopro generoso dos teus ventos

E assim sinto que minh'álma
se deita ao sossego em calmaria
num êxtase de pura magia
num mergulho em doce devaneio
nas águas verdes-musgo
do açude do Calango
e tudo isso me dá satisfação ao peito
e resulta numa tremenda paz de espírito
que advém desse pensar em ti

E de tal sorte,
toda tristeza se dissipa num instante.
E o impossível se realiza, de súbito,
pois a distância que nos separa nem é tão vasta
se ficas aquii, bem pertinho do coração.
E todas essas léguas se encurtam, eu juro,
num leve pensar em teu carinho,
minha terra-mãe!
num breve suspiro
só de pensar nos dá um
bem-estar danado
ao sabor dos teus ares puros

E não poderia ser diferente,
logo meu coração me faz andarilho
e num  voo rasante, sem nenhum atrito,
desliza leve pelos campos da Várzea
como criança inocente e feliz
que só vê beleza em sua frente
e me convida a sentir
a paz desse momento
na certeza desse amor,
só pro meu contentamento.