GARIMPO
Autor: João Maria Ludugero
Eu garimpo as palavras, eu lavro,
cavo e escavo versos na bateia
eu abro clarões na vargem
eu desembaraço
tua trança bem feita
ao fazer a minha cabeça
na dança das horas,
no encarnado crepúsculo.
Devagar o dia se apaga
abrindo sonhos acordados
com outras pepitas douradas
devagar o vento sopra a dor
devagar desmancha as pedras,
transformando-as em seixos,
areia e pó...poeira.
Devagar anoitece
devagar a gente vaga, divaga
e aquece o peito no desvão da cama,
quando as ideias adormecem
a aguardar o novo alvorecer,
momento em que o sol
também se levanta, a raiar
de mansinho lá pelos arredores
dos ariscos de Seu Antonio Quilara.
Belo poema. Encantador, bem garimpado pelo poeta João Maria, que tão bem sabe dar quilates às palavras em sua lavra de versos, de frente para a vida. Lindo demais!
ResponderExcluirTércia