CHEIROS QUE FALAM: SABORES VARZEANOS
Autor: João Maria Ludugero
Tapioca, beiju
Farinha de mandioca
Piaba, cará, jacundá
Buchada de bode
Sarapatel, picadinho
Bolo preto, raiva,
Carrapicho, cuscuz
Quebra-queixo
Grude de goma
em palhas de bananeira
Sequilho, solda, cocada
Queijo de coalho
Mateiga-de-garrafa
Carne de sol,
Feijão-verde, fava
Farofa, jerimum
Batata-doce, inhame
Galinha caipira
Abacaxi, melancia
Caju, umbu, cajá
Siriguela, pitomba
Caldo-de-cana,
Mel, melado e garapa
Etc etc etc...
Para alguns pode soar estranho os nomes supraditos.
E para outros até serem palavras desconhecidas.
Mas todos são sabores varzeanos.
Quase tudo aí em cima se encontra na feira.
A segunda coisa que sempre faço nas vezes
em que apareço em Várzea é ir à feira aos domingos.
A primeira é cumprimentar os parentes e amigos.
Dá gosto andar pela feira. Sentir seus aromas,
escutar uma ruma de vozes com calorosos sotaques
de sons arrastados, que soam como cantigas aos ouvidos da gente,
e ver as fisionomias muitas vincadas pelo sol inclemente do agreste.
Vale a pena curtir essas coisas simples.
Vá à feira aos domingos. Converse com o povo.
Quando visito Várzea, costumo fazer isto.
E você faz isto sempre? Lembrou de todos
os sabores aí de cima? E os cheiros?
Sua memória olfativa ainda os têm presentes?
O que mais foi esquecido na lista acima?
Comente. Deixe aqui o seu recado.
Partilhe suas lembranças. Deixe esses aromas,
esses cheiros falarem alto, pois fazem tão bem
ao corpo e à alma da gente!
Caros amigos leitores desse maravilhoso site, só a poesia poderia traduzir tamanha beleza, até numa simples feira de domingo...
ResponderExcluirNão sou poeta, mas acho uma belezura quando alguém se expressa e com as palavras bem ditas conta a maravilha de pisar num solo abençoado como esse que é o da nossa amada Várzea.
Para quem pensa que Várzea só tem feijão e farinha, vale a pena conferir e se surpreender com tantas coisas boas que a nossa terra tem pra oferecer!
Pura alegria poder ler um texto assim e se sentir andando na feira em Várzea: pura magia regada com muito amor por um lugar! É isso aí, poeta, obrigada por vc existir!
Abraço,
Maria José