JN no Ar: São Gonçalo do Amarante foi palco de guerra pela expulsão dos holandeses
O solo rico em argila é matéria-prima para o artesanato tradicional com cerâmica. E, também, para os tijolos produzidos, na maioria dos casos, em olarias primitivas.
O JN no Ar chegou pela quarta vez ao Nordeste. A cidade sorteada foi São Gonçalo do Amarante. Primeiro, as informações do estado
Rio Grande do Norte: cerca de 3 milhões de habitantes.
O estado é o maior produtor de petróleo em terra no país e tem a segunda mais alta renda média mensal do Nordeste. A economia é a quinta entre os nove estados da região.
Cerca de 85% dos moradores não têm acesso a rede de esgoto. A taxa de mortalidade infantil, quase 30%, é maior que a média do país de 19%.
Já a taxa de homicídios 4,4%, é menor. “Aqui é mais calmo, mais tranquilo, além da beleza”, destaca uma moradora.
O analfabetismo atinge 18% da população, o sexto maior índice do país. O Rio Grande do Norte tem mais de 2,2 milhões eleitores.
O repórter Ernesto Paglia falou, ao vivo, do Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim, perto de Natal, e também de São Gonçalo do Amarante, de dentro do avião.
Nesta quinta-feira foi preciso buscar refúgio na cabine do jato do JN no Ar porque chovia muito. É uma chuva meio fora de época em Natal, que acompanhou a equipe o dia inteiro. Eles fugiram dela para realizar a reportagem em São Gonçalo do Amarante.
A cidade é histórica: está completando este ano três séculos de história. Tem alguns sérios problemas da área ambiental e foi lá que Ernesto Paglia, com muito gosto, aprendeu o que é ser um verdadeiro potiguar.
Foram cinco minutos de reunião e duas horas e meia de voo do Norte ao Nordeste do país. Pousamos no Rio Grande do Norte no começo da madrugada.
Nesta quinta-feira cedo, já estávamos na centenária São Gonçalo do Amarante, Região Metropolitana de Natal.
A proximidade com a capital deu a São Gonçalo o direito de ter o futuro aeroporto internacional. Faz 13 anos que o projeto foi aprovado mas, até agora, só a pista ficou pronta. Há promessas de terminar o aeroporto até a Copa de 2014.
A cidade completa três séculos neste ano. A matriz é só o que restou do passado, cercada por prédios novos e enormes antenas de celular.
São Gonçalo do Amarante foi cenário de um dos mais bem documentados episódios da guerra pela expulsão dos holandeses, do Brasil Colônia.
O professor de história Luiz Suassuna conta que em 1645, os holandeses mataram pelo menos 50 moradores do que é, hoje, o distrito de Uruaçu. Uma represália por eles não terem aderido às forças holandesas nem renegado a religião católica.
“O fato é que o dia 3 de outubro, dia do massacre de Uruaçu, é um feriado estadual. Isso já demonstra a importância desse episódio para a história do Rio Grande do Norte. Esse movimento, essa reação ao domínio holandês, garante para Portugal e a cultura portuguesa se manter nessa região”, explicou.
O episódio explica porquê São Gonçalo do Amarante é conhecida como a ‘Terra dos Mártires’.
Esta é, também, a terra da cerâmica. O solo rico em argila é matéria-prima para o artesanato tradicional. E, também, para os tijolos produzidos, na maioria dos casos, em olarias primitivas.
A atividade não é nada gentil com o meio ambiente. Os fornos queimam madeira nativa, espalham fumaça pela cidade. A R$ 220 por milheiro de tijolos, fica difícil falar em modernizar e substituir o combustível por gás, por exemplo.
“O governo tem que dar condições para a gente fazer forno para queimar o gás”, disse um trabalhador.
Outro problema causado pelas olarias são os buracos deixados pela retirada da argila.
O empresário Felizardo Moura achou um jeito de aproveitar as crateras, resultado de 30 anos de exploração nas terras dele. De dez anos para cá, ele inundou os buracos e começou a criar camarões, outra atividade importante na cidade.
“Vamos continuar até terminar a nossa área de argila, até arrumar direitinho. Acredito que haverá mercado para tanto camarão porque o futuro do mundo, a proteína do mundo deverá ser toda em cativeiro”, disse ele.
Bem, quando essa proteína cai nas mãos de cozinheiras como Dona Rosa, no distrito de Pajuçara, ela se transforma em delícias que nós, evidentemente, tivemos de provar.
Do JN
O solo rico em argila é matéria-prima para o artesanato tradicional com cerâmica. E, também, para os tijolos produzidos, na maioria dos casos, em olarias primitivas.
O JN no Ar chegou pela quarta vez ao Nordeste. A cidade sorteada foi São Gonçalo do Amarante. Primeiro, as informações do estado
Rio Grande do Norte: cerca de 3 milhões de habitantes.
O estado é o maior produtor de petróleo em terra no país e tem a segunda mais alta renda média mensal do Nordeste. A economia é a quinta entre os nove estados da região.
Cerca de 85% dos moradores não têm acesso a rede de esgoto. A taxa de mortalidade infantil, quase 30%, é maior que a média do país de 19%.
Já a taxa de homicídios 4,4%, é menor. “Aqui é mais calmo, mais tranquilo, além da beleza”, destaca uma moradora.
O analfabetismo atinge 18% da população, o sexto maior índice do país. O Rio Grande do Norte tem mais de 2,2 milhões eleitores.
O repórter Ernesto Paglia falou, ao vivo, do Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim, perto de Natal, e também de São Gonçalo do Amarante, de dentro do avião.
Nesta quinta-feira foi preciso buscar refúgio na cabine do jato do JN no Ar porque chovia muito. É uma chuva meio fora de época em Natal, que acompanhou a equipe o dia inteiro. Eles fugiram dela para realizar a reportagem em São Gonçalo do Amarante.
A cidade é histórica: está completando este ano três séculos de história. Tem alguns sérios problemas da área ambiental e foi lá que Ernesto Paglia, com muito gosto, aprendeu o que é ser um verdadeiro potiguar.
Foram cinco minutos de reunião e duas horas e meia de voo do Norte ao Nordeste do país. Pousamos no Rio Grande do Norte no começo da madrugada.
Nesta quinta-feira cedo, já estávamos na centenária São Gonçalo do Amarante, Região Metropolitana de Natal.
A proximidade com a capital deu a São Gonçalo o direito de ter o futuro aeroporto internacional. Faz 13 anos que o projeto foi aprovado mas, até agora, só a pista ficou pronta. Há promessas de terminar o aeroporto até a Copa de 2014.
A cidade completa três séculos neste ano. A matriz é só o que restou do passado, cercada por prédios novos e enormes antenas de celular.
São Gonçalo do Amarante foi cenário de um dos mais bem documentados episódios da guerra pela expulsão dos holandeses, do Brasil Colônia.
O professor de história Luiz Suassuna conta que em 1645, os holandeses mataram pelo menos 50 moradores do que é, hoje, o distrito de Uruaçu. Uma represália por eles não terem aderido às forças holandesas nem renegado a religião católica.
“O fato é que o dia 3 de outubro, dia do massacre de Uruaçu, é um feriado estadual. Isso já demonstra a importância desse episódio para a história do Rio Grande do Norte. Esse movimento, essa reação ao domínio holandês, garante para Portugal e a cultura portuguesa se manter nessa região”, explicou.
O episódio explica porquê São Gonçalo do Amarante é conhecida como a ‘Terra dos Mártires’.
Esta é, também, a terra da cerâmica. O solo rico em argila é matéria-prima para o artesanato tradicional. E, também, para os tijolos produzidos, na maioria dos casos, em olarias primitivas.
A atividade não é nada gentil com o meio ambiente. Os fornos queimam madeira nativa, espalham fumaça pela cidade. A R$ 220 por milheiro de tijolos, fica difícil falar em modernizar e substituir o combustível por gás, por exemplo.
“O governo tem que dar condições para a gente fazer forno para queimar o gás”, disse um trabalhador.
Outro problema causado pelas olarias são os buracos deixados pela retirada da argila.
O empresário Felizardo Moura achou um jeito de aproveitar as crateras, resultado de 30 anos de exploração nas terras dele. De dez anos para cá, ele inundou os buracos e começou a criar camarões, outra atividade importante na cidade.
“Vamos continuar até terminar a nossa área de argila, até arrumar direitinho. Acredito que haverá mercado para tanto camarão porque o futuro do mundo, a proteína do mundo deverá ser toda em cativeiro”, disse ele.
Bem, quando essa proteína cai nas mãos de cozinheiras como Dona Rosa, no distrito de Pajuçara, ela se transforma em delícias que nós, evidentemente, tivemos de provar.
Do JN
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