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PROEZAS



















PROEZAS
Autor: João Maria Ludugero

Minha flor varzeana,
Morena rosa encarnada
Que me queima, espinho 
Que me espeta a pele, de súbito
Comparando boca e pétalas
Há tanta vermelhidão, constato,
Que chega a formar outra cor.
Dominado, entro em êxtase
No terreno da imensidão 
Desse lindo e estranho amor!
 
Teus lábios, ainda que cerrados,
São um convite imediato à liberdade.
Dou-te cartaz, apetecido,
Logo, teu olhar me algema,
E, além de toda beleza,
Tens a magia e o condão 
De prender-me numa cela.
Não tento fugir, nem cogito
Desvencilhar-me do presente
Ou profundo mergulhar 
No Calango, nem pudera,
Pois num beijo mais que ardente
Me levas a molhar 
A alma incandescente
Nesse açude nascente 
De tantas proezas!
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João Maria Ludugero

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