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O BANQUETE DOS CONTENTES



















O BANQUETE DOS CONTENTES
Autor: João Maria Ludugero

Sentir a presença
Da primavera nas flores
Do adorno nos vasos do altar-mor
Do apóstolo São Pedro
Irresignar-se ao ver 
A nua vargem no abandono
Não cruzar os braços às adversidades
Semear sim, apesar da aridez das pedras,
E mesmo assim saborear os frutos 
Que pendem dos cajueiros 
E das bonitas mangueiras
Que amudurecem aos segredo da lua.
 
Lavar as mãos no poço
E perceber na água salobra
As cicatrizes do tempo
Esculpidas ali nas pedras
Nas margens do rio Joca.
No rosto a avidez
De um sonho ainda por sonhar.
Nos mãos calejadas
O significado de perseverar
A insaciável vontade 
De acordar para um novo tempo
Num arrastar de passos renovados
Pelas quatro bocas que há muito 
Suplicam dar cabo às velhas esperanças.
 
Mandar para bem longe a dor.
E em vez da briga a festa, 
Na mesa posta, a fartura
Sem a embriaguez, sem soberba,
A ternura servida a cada varzeano
E convidado o riso.
Silenciado o grito.
Moderadamente, 
Quem dera no infinito,
Pudéssemos afastar da folhagem as sombras
Abrindo-se um vão, um clarão
Capaz de abastar os corações
E brindar ao renascer daquele sonho antigo:
O de que a gente pode ser feliz 
Aqui, na nossa Várzea.

Logo, vamos tentar 
Não mais baquear nossos sonhos!
Nada pode nos deter de sonhar e... 
Assim, quem sabe, pinta a tal felicidade
A querer nos acompanhar de vez na vida
No possível banquete dos contentes!
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João Maria Ludugero

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