SÉRIE: VÁRZEA, 51 ANOS DE BOAS IDEIAS:
UM BANHO DE SAUDADE
Autor: João Maria Ludugero
Várzea, meu doce lugar,
Aceita mesmo de longe
O suspiro da mais viva saudade,
Que te envia este apaixonado filho teu.
Foi em ti, minha pequena, que passei
Tantos dezembros, tantos janeiros
E a primavera da vida
Que tão rápida se esvaece,
Que mal se sente!
Portanto, como esquecê-la,
Como tirar-te dos pensamentos meus?
Ausente, ora estou em Brasília,
Aqui montei domicílio,
Mas jamais saí de ti, constato,
Nunca deixei de sentir meu coração
A pisar no solo teu, a banhar-me
Em tuas águas de rio, açudes, riachos
Nos retiros, ariscos e cacimbas...
Em tuas águas de rio, açudes, riachos
Nos retiros, ariscos e cacimbas...
E daqui dessas lonjuras
Ouço os teus gemidos
Que estalar de dor me fazem o peito.
Oh! como me lembro
Da tua boa gente, tão pacata e simples,
Do rústico mercadinho central
Ali na rua Deputado José Lúcio Ribeiro,
Da calçada da igreja de São Pedro,
Das praças, das ruas, becos
E daqueles em cujas veias
Corre o mesmo sangue varzeano.
Recordo-me dos amigos da infância,
Dos folguedos inocentes,
Das animadas festas populares
Que tinham o dom de agregar
Até os moleques mais rusguentos.
Recordo-me das tuas alvoradas,
Dos teus belos dias
E das lindas manhãs
Em que a vista se passeia pelo interior
Em que o olfato se apura e vai junto
pelos nativos cheiros da nossa Várzea!



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