VÁRZEA, 51 ANOS: MEU-CANTINHO-FELIZ-DE-CIDADE!

VÁRZEA, 51 ANOS: MEU-CANTINHO-FELIZ-DE-CIDADE!

Autor: João Maria Ludugero

Estático, pego-me a pensar, a pesar

Fico parado ao relento, desfaço-me

Vou para o espaço, retirante, denso

Aliado ao voo rasante me atiro ao Vapor...

Persigo trilhas e piso descalço na fina areia do rio Joca

Num instante, eu me caço,

Eu me acho, riacho de mim, riacho de mel!

Eu vou correndo mergulhar no Retiro

De Seu Olival, só pra desopilar, atiro-me

Profundamente, sem medo de me afogar,

Quando me afagam as lembranças do mundo de lá...

Ah, minha Várzea das Acácias,

Eu vislumbro teu céu mais que azul,

Por detrás das palmeiras de São Pedro Apóstolo,

Onde as nuvens são carneirinhos brancos

E outras figuras esfiapadas no céu da minha imaginação.

Plano no infinito, solto-me,

Contemplo o verde coqueiral

Vaporizo possibilidades mil,

Na tarde amena ao sol radiante, firmo-me,

Ao sopro do vento na face,

Enquanto a brisa amiga me traz o céu

Ao me faz sentir o firmamento no chão.

Na cabeça sinto um cafuné,

Sinto-me nos braços da paz verdadeira,

Pressinto que está ali a minha mãe Maria, estrela Dalva,

Sua mão carinhosa, eu deitado no seu colo,

E a felicidade é algo que não tem medida, incomensurável.

Não têm pressa a paz e o sossego da minha Várzea.

Não dá pra ser feliz de verdade longe do meu lugar!

Eu vivo comigo faltando um pedaço, ela tão longe de mim,

Sou pássaro longe do ninho, vivo passareando um canto,

Entoo uma cantiga que parece triste, mas é cor da saudade

Que me faz assim compor estes versos livres, sem rima,

A lembrar das claras manhãs da minha seara agreste!