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QUEBRA-POTES














QUEBRA-POTES
Autor: João Maria Ludugero

E lá vai o cabra da peste
De olhos vendados.
O corpo semitonto, ariado.
Na cabeça do menino sonhos,
E uma vontade avassaladora
De acertar o pote,
De quebrar a matéria
Só pra ver o que tem dentro dele
Quiçá ir ao encontro
Do sonhado tesouro agreste
Ou simplesmente se achar
O mais rico dos homens,
Dono de preciosa botija.
De repente: um estouro.
Cacos pra todos  os lados,
Fragmentos por toda parte
E de outra banda
Ainda resta esperança,
A tão esperada sentença
Das horas corridas
De se quebrar a cabaça,
Conduzido que seja
Debaixo de vara
Até rachar a fantasia
Abrindo as comportas,
Ao se achar na poesia
Em meio a coloridos papéis
De bala
Que o tempo incansável
Espalha do obscuro a dedo
Pelo vão do destino afora.
Tudo isso acontece, de súbito,
Ao ser quebrado o pote
De ouro de tal sorte, sem medo
Que faz acreditar o menino
Poder ir mais longe do que vê,
Não só até aquele chão do poste.
Tomara risonho possa ir além
do sonho imbatível!
Que aposte na escolha
De chegar lá, ciente
De que escolher
É não abrir mão
Do impossível sonho.
Afinal, quem foi que disse
Que há sono tão pesado 
Que a gente não possa despertar,
Que a gente não possa acordá-lo
Só pra sonhar de novo?
Logo, de bom alvitre, por que não tentar 
Abrir o olho, intuir a meta, o objetivo
Errando ou não a mira, não desesperar,
Meter a vara, na tentativa de quebar o pote,
Arrebentá-lo, mas sem deixar que a fantasia acabe! 
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João Maria Ludugero

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