QUERES VOAR COMIGO?
Autor: João Maria Ludugero
Eu aprendi a voar,
Ou será que o voo
Já nasceu comigo?
De uma coisa eu sei:
Da coragem de voar
Nunca mais me esqueci.
Foi como andar de bicicleta
Pedalando lá no meu lugarejo,
Desenferrujando as catracas
Da máquina cinzenta,
Aprendi cedo a desopilar,
Botando a cabeça para pensar,
Descendo e subindo as ladeiras,
Atravessando as estradinhas de chão
Onde eu via o vento adiante me levar
Passando com tudo em cima do tempo
A dobrar a linha do horizonte,
No esplêndido voo da imaginação.
As nuvens no céu a passar devagar,
Riachos doces a seguir seus meandros
Sem pressa de chegar ao mar;
Peixes esvoaçantes fora do landuá,
Cavalos alados, bois e vacas voadoras
A obedecer ao toque do berrante instinto
E outras cantigas de tanger gado bravo
E outras canções de ninar sonhadores.
Pessoas a andar, andar a ensaiar o voo
E eu todo maravilhado com esta proeza.
Pode parecer estranho, mas consigo voar.
Não chega a ser miragem nem devaneio,
Lá na minha Várzea a gente anda
E voa pelo interior a passeio,
Como se estivesse dentro
De uma pintura de Chagall,
A voar na paisagem ao sol,
A caminhar pelo Vapor a fora,
De mãos dadas com as tintas de Deus,
A ver os gerânios a colorir as janelas
E os brincos de princesa nos alpendres
Das casas caiadas da minha Várzea,
Num voo pleno que me leva, de súbito,
Da vida simples às coisas belas.
CHAGALL - O PASSEIO |
QUERES VOAR COMIGO?
Autor: João Maria Ludugero
Eu aprendi a voar,
Ou será que o voo
Já nasceu comigo?
De uma coisa eu sei:
Da coragem de voar
Nunca mais me esqueci.
Foi como andar de bicicleta
Pedalando lá no meu lugarejo,
Desenferrujando as catracas
Da máquina cinzenta,
Aprendi cedo a desopilar,
Botando a cabeça para pensar,
Descendo e subindo as ladeiras,
Atravessando as estradinhas de chão
Onde eu via o vento adiante me levar
Passando com tudo em cima do tempo
A dobrar a linha do horizonte,
No esplêndido voo da imaginação.
As nuvens no céu a passar devagar,
Riachos doces a seguir seus meandros
Sem pressa de chegar ao mar;
Peixes esvoaçantes fora do landuá,
Cavalos alados, bois e vacas voadoras
A obedecer ao toque do berrante instinto
E outras cantigas de tanger gado bravo
E outras canções de ninar sonhadores.
Pessoas a andar, andar a ensaiar o voo
E eu todo maravilhado com esta proeza.
Pode parecer estranho, mas consigo voar.
Não chega a ser miragem nem devaneio,
Lá na minha Várzea a gente anda
E voa pelo interior a passeio,
Como se estivesse dentro
De uma pintura de Chagall,
A voar na paisagem ao sol,
A caminhar pelo Vapor a fora,
De mãos dadas com as tintas de Deus,
A ver os gerânios a colorir as janelas
E os brincos de princesa nos alpendres
Das casas caiadas da minha Várzea,
Num voo pleno que me leva, de súbito,
Da vida simples às coisas belas.
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