A CHEIA DO RIO
Autor: João Maria Ludugero
Quequeca arou
A roça no Vapor.
Preparou as covas,
Plantou sementes:
Milho, melancia,
Fava, jerimum,
Feijão de corda.
Espalhou ramas
De batata-doce.
Deitou manivas
De macaxeira
E de mandioca.
Olhou pro céu,
Suplicou chuva.
São Pedro atendeu.
Chuva desabou,
Cheia de céu.
Encheu o rio Joca
Que agitou a meninada
Aos magotes pra ver
O aguaceiro
Que tombou galhos
E cobriu a passagen molhada,
Ilhando a gente do Riachão
Que agradeceu à dadiva
Que renovou a esperança
Da minha gente varzeana.
Olá poeta,mesmo perto dos Poderes da República, do foco das grandes decisões nacionais, do concreto armado da esplanada dos ministérios, das águas do Paranoá, das largas avenidas de Brasília, nominadas por letras e números,das obras e idéias de Lúcio Costa e Oscar Niemyer,dos passeios pelos grandes shoping centers,das missas celebradas na imponente catedral,e da vizinhança da primeira mulher Presidenta.Apesar de tudo isso, bate forte a saudade da sua querida Várzea, da simplicidade do seu povo,do carinho de sua gente,do aconchego dos seus familiares, das primeiras chuvas que começam a cair sobre o feijão e o milho que já brotam nas terras férteis que beiram o rio joca, do toque do relógio da matriz de São Pedro anunciando mais uma hora,das caminhadas pela rua José Lúcio Ribeiro, relembrando as figuras de Seu Olival, Seu Bita da farmácia e de Seu Nenem Tomaz, o papo na praça do Encontro, onde tudo acontece, as partidas de futebol no João Aureliano de Lima, as frutas doces do Itapacurá,e as águas do calango.Enfim, essa é a Várzea que encanta e apaixona a todos nós.Continue assim poeta, fiel às suas origens e a esse povo maravilhoso,localizado nesse pequeno pedaço do Brasil, mais grande pelo amor que emerge da alma e do coração de seus moradores.Um grande abraço, Getúlio Ribeiro.
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