
Autor: João Maria Ludugero
Saudade
É coisa que fica
Que vai e volta, pousa
Permanecendo, apesar
Da impermanência das coisas,
Não tendo hora pra chegar.
É caso de sentir
Pingar de emoção,
Acordar o coração
Se debulhando em lágrimas,
Minar feito cacimba.
Saudade não combina
Com ponto final, é pausa.
É brasa ainda escondida
Debaixo das cinzas.
É um sentir resistente
À prova d'água, de certo.
Pode-se chorar aos cântaros,
Se derramar em vasos e capilares,
Que ainda assim não se desmancha.
Ascende por dentro, não se esvai
Ao escorrer silenciosa, se adensa,
Vai pela veia cheia da aorta,
É um bem que me veio a ver ter
Marejar meus olhos d'água.
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