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UM CERTO JOÃO MADURO

Autor: João Maria Ludugero
 
Para reverdecer careço 
De muito pouco:
Quero apenas a sombra do umbuzeiro,
Quero cercar-me de flor e colibris
Quero um cajueiro em flor, 
Flor-essência em poesia.
Quero maturi,
Ou seja, o começo
Do caju ainda novo, 
Ou, propriamente, 
A castanha verde, grande e mole 
Do caju antes do desenvolvimento 
Do pedúnculo, 
Antes da maturidade.
Quero colher e ser colhido,
Tal qual manga madura no pé,
Ser apanhado feito caju e castanha
De manhãzinha, enchendo bacias. 
Quer ver eu dar rasteira no banzo,
Basta me dar uma tigela de leite azedo, 
Um prato de coalhada com mel e sequilhos. 
Na verdade, peço muito pouco. 
Rapadura, feijão e farinha 
E uma hora de rede na tarde amena
Preciso de nada mais não!
Deitado à sombra sagrada
Do meu pé de graviola, 
Dê-me uma enlaçada todo dia,
Que eu cerco o mundo 
Num instante, ligeiro,
Só pra os bichos não se perderem
Lá da minha terra prometida
A que chamo com galhardia
De minha Várzea das Acácias!
 
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João Maria Ludugero

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