pareces frágil, à beira do rio Joca,
panos preso na cintura,
com teu landuá a flutuar...
Lembro-me de dona Neda,
inesquecível mãe do Ivan Braz,
Lembro-me de dona Neda,
inesquecível mãe do Ivan Braz,
abrindo seu riso aos passantes do rio,
a pitar seu cachimbo de fumo de rolo,
rio afora qual folha flutuando
a pitar seu cachimbo de fumo de rolo,
rio afora qual folha flutuando
no espelho das águas salobras,
forte em seu braço a buscar o alimento
para matar a fome da sua imensa prole.
para matar a fome da sua imensa prole.
E lá ia dona Neda, rosto suado na labuta,
na luta, dia-após-dia, com seu landuá em punho
por sobre os ombros levando a cabo a sina,
mergulhando no rio dos jacundás, muçuns e aratanhas
pra multiplicar o pão de cada dia.
E perto dali, bem na baixada do coqueiral
que circunda os catolés em fila,
que circunda os catolés em fila,
o vento abrigava de rotina
um gostoso cheiro de feijão fradinho,
um gostoso cheiro de feijão fradinho,
daquele cozido em panela de barro.
E lá vai a varzeaninha dona da coragem
a espreitar a sorte advinda de suas mãos,
a espreitar a sorte advinda de suas mãos,
a aprofundar os braços nas águas do rio Joca.
Munida do seu landuá, instrumento de pesca
que mais significa vida que se estende
além das margens das águas salobras de Nozinho.
que mais significa vida que se estende
além das margens das águas salobras de Nozinho.
O rio Joca é pois vida
que escorre renovando esperanças
a fazer verde o agreste da gente
que não faz o sonho ficar murcho.
que escorre renovando esperanças
a fazer verde o agreste da gente
que não faz o sonho ficar murcho.
E o teu esforço à beira do rio, ó mulher varzeana,
sempre teve a determinação enraigada nas vertentes
que brotam da terra de Ângelo Bezerra.
que brotam da terra de Ângelo Bezerra.
Varzeamar também é lutar
desde o Joca e se alastrar em bravura
desde o Joca e se alastrar em bravura
pelo solo sagrado da nossa amada Várzea.
Esmorecer na lida, arredar o pé do seu encalço...
Vôte! Num é bom nem ficar pensando nisso
que chega a dar um “farnezim” no “pé do bucho!
Esmorecer na lida, arredar o pé do seu encalço...
Vôte! Num é bom nem ficar pensando nisso
que chega a dar um “farnezim” no “pé do bucho!
Sempre que te leio, fico mais feliz, será por quê? Porque tenho orgulho de ser varzeana, graças a Deus! Parabéns pelo poema LINDO!!!!
ResponderExcluirAdorei. Estais escrevendo cada dia mais bonito, parece um hino. Gostei muito!
Sônia.