A MEMÓRIA ESTÁ PRA PEIXE... Por João Maria Ludugero

Ao repescar minhas lembranças,

nunca é demais aqui trazer à tona

e por que não recordar que outrora a pesca

era uma atividade que muito contribuía

para o sustento de muitas famílias varzeanas.

Pescava-se no rio Joca, no riacho da Cruz,

No trecho de Nozinho e nos açudes 

uma variedade de peixes de água doce,

além de pitu, aratanhas e camarão.

Atualmente, essa atividade quase não existe mais,

com exceção dos lugares onde existem 

açudes, riachos e alguns poços e lagoas.

Os peixes encontrados com maior frequência eram:

traíra, curimatã, jucundá,

cará, muçum, piaba e jacundá.

Os instrumentos de pesca mais utilizados eram:

anzol, rede, tarrafa e landuá.

Na pesca da piaba era comum o uso

de uma garrafa, com o fundo furado,

na qual se utilizava farinha de mandioca como isca.

Hoje é a saudade que mais fisga o coração

de quem mora distante da sua amada Várzea.

Há quem diga: Tempos difíceis aqueles!,

mas havia lá sua satisfação, o lado bom

quando a gente contente voltava pra casa

com o samburá cheio de pescados,

ou mesmo que fosse algumas piabas, um coco seco

e um punhado de tomates-cereja 

colhidos no mato do coqueiral do rio. 

E ninguém morria à míngua, de sorte, 

porque tirava do rio o sustento!
Nos dias atuais, os varzeanos fisgam os visitantes
com o tempero da hospitalidade e da alegria.