não me peças palavras melífluas
quando apenas franzes a testa
em sonora gargalhada de mentira
não aceito que invadas meu peito
e nele deposites o ouro dos tolos
cansei de sorrisinhos de catálogo de moda
não mais me convences com teus manuais
estou me lixando ao luxo da festa das mil e uma luas
quando cospes à ali-babá no prato que comes
quando mijas numa esquina da cidade
impondo aos bestas tuas frases feitas
cansei diante da comédia e dos dramas
de tuas peças simétricas e máscaras convencionais
cansei de ser boneco de fantoche em tuas mãos
deixa que eu fale por mim em vida e versos
não me venhas extasiada regular meu verbo
nem suplicar por aquilo que só faz me atazanar o juízo,
porque em suma eu dou apenas aquilo que possuo
sou poeta, sou o dono da vez, da carne viva,
tenho esta feroz vontade de gritar ao ego
que só o amor é capaz de abrir o sésamo de cor,
rasgando a mordaça do amor em outras esquinas.
peças-me a mim, nada mais posso ter
e a ti darei tudo o que possuo
veias, vasos e capilares, tudo a tempo,
com suor, sangue e minha riqueza a céu aberto:
EU
e comigo doarei um coração recauchutado, refeito,
mandando às favas as gravatas e até os public-relations
bem quero apostar no presente único do ex-cara velho
que faz poesia como quem carece mais que água e pão.
Assim aprendo a crescer e a me multiplicar em letras.
Sim, peças a mim, estou pronto a tecer o meu ser
Sou poeta... noite, dia, sol, mente sã em terra nua.
Escrever é o meu tesouro de diamantes.
Tomai e comei,
este é meu corpo...
nele posso ser só o que eu quiser!
nele posso ser só o que eu quiser!
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