Antes de tudo,
que me venha esse fogo
e me faça pássaro liberto em chamas
que me tire os quebrantos
e me feche o corpo
com a unção de suas águas bentas
com seus óleos santos, com mirras,
graças, ramos e vassourinhas
que me vista de contente
que me sopre as cinzas de ontem,
que me derrame alfazemas
e outros banhos de cheiros e incensos,
que me abra os caminhos a acampar dentro
que me domine em cores de amor e prendas
até que me complete em outra metade
que me contempla a laranja
que me traduza inteiro
em carne, alma, veias, vasos e coração
que me venha essa intercessão,
cerne da esperança que resta
transforme meu céu
em dileto canteiro
e que faça de mim fosforescente
canção de ninar reverdecida
a me ninar a próxima estação,
o mato agreste, ainda verde
seja assim como um travesseiro
em tardes quentes de vapor
a pisar descalço no oásis que escavo
feliz da vida a levar, em festa,
com o vento ameno a bater na testa,
sob o rutilar do sol
que me alumia a tecer
assim radiante essa canção
de amor tão modesta.
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