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BONECO EM FACE DO TEMPO, por João Maria Ludugero


Tempo,
aonde pretendo chegar?
Ainda não sei, depois 
que virei gente grande. Cresci?
E o senhor não me dá tréguas, 
amolece a carne crua, nervos e ossos,
escava sulcos à flor da pele da gente,
transfigura, descasca o rosto 
depois de muitas luas,
devagar em vagão, aperta-me o cadarço
e no seu bater de cascos incansável
sequer me sobreavisa em alerta ao porvir
- ser outra vez boneco em tuas mãos molengas
quando no ato solene me roubas a cena,  
por trás da cortina, de pronto,  
ao me fazeres de gato e sapato,
 ao brincares de médico e de deus,
sem apego, rótulo, bula ou manual 
(in) justo comigo que nunca fui santo 
quando profano me velas pagão, boquiaberto,
ao criar no vão da penumbra um certo lume,
um clarão no espelho da sala de estar 
que só me dá 'indizentas' fugas, 
ao tentares ser outra vez da vogal consoante 
ou passatempo à lírica anarquia,  
em face do postiço pano de fundo 
que não se deslinda no outro 
a desmascarar outra vez afinal 
quem nunca soube ter alma um dia.
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João Maria Ludugero

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