Recent

Postagens mais visitadas

Navigation

EU CABOTINO? NÃO. Por João Maria Ludugero

Não me acho um ser qualquer.  
Se sou normal? a quem interessa,
o que teria a ver o ser com as calças? 
Nunca o quis ser nem colecionar 
o que me vem dos achismos alheios.
Se pareço esquizo, e daí?
Não preciso de punhal nas costas
nem careço que me espies  de soslaio.
Se sou assim ousado ou assado, bonito ou feio,
isso é  comigo, cá com meus botões,
sei que vou morrer torto,  penso.
Não adianta me passar a régua
nem me cabe a pecha de cabotino.
Eu tenho em casa meus espelhos
e o que me faz refletir e quebrar devaneios,
o que me apraz lúcido de pedra
é mesmo essa  dependência inquieta, não inútil,
de querer me achar nas letras e até nas entrelinhas
insistindo na terapia de escrever, com gosto, 
vou tangendo meus bichos sem cabrestos,
sem me preocupar qual bicho que me deu
essa vontade louca de fazer soar o grito das palavras,
fazendo poemas, dando crédito às boas lorotas da lida,
vou riscando a planta no papel, renovando escaninhos
traçando meus croquis, forçando o pensamento,
no engenho de tocar meus versos sem carecer de rimas,
digerindo o que eu invento, conquistando metáforas,
acertando e errando o ponto, mando pra longe todos os cadinhos, 
sim, brinco de médico e não espero cura, ora bolas!
Assim eu faço meus poemas, com articulado tesão, 
arrebento cordas e cordões impostos, de súbito,
dou força ao meu querer consentido e me liberto nu!

Share
Banner

João Maria Ludugero

Post A Comment:

0 comments:

OS COMENTÁRIOS POSTADOS AQUI SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DO AUTOR DO COMENTÁRIO.

PARA FAZER COMENTÁRIOS NO VNT:

Respeitar o outro, não conter insultos, agressões, ofensas e baixarias, caso contrário não serão aceitos.

Não usar nomes de terceiros para emitir opiniões, o uso indevido configura crime de falsidade ideológica.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.