Minha mãe Maria
quebrava o coco com esmero
no seu dentro mais dentro
retirava a polpa das duas quengas,
ambas desnudas na ponta da faca.
Ralava com afinco o branco mais fino
no rala-rapa os fiapos se acumulavam.
Palavras, ingredientes
de minha mãe Maria Dalva,
a juntar-lhes doçura na bacia,
a emoção do açúcar
sob o fogo do fazer bem feito
e o confeito ia se esfiapando
puxando-puxando até dar o ponto.
E, assim, nesse mexe-mexe,
depois de se derramar o tacho,
o doce se cristalizava
na tábua horizontal da alegria.
E para aguçar essa guloseima
ora faço contente este poema,
com água na boca, ao escrevinhar
acerca dessas cocadas longínquas
da minha tão doce infância varzeana
que nunca se finda
dentro dessa saudade d'ocê!
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