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DE GATO, SAPATO E GUIZO, Por João Maria Ludugero


Faça-me de gato e sapato,
Abuse de manhas e artimanhas,
me afague, me atire na parede,
bole seu jogo favorito, sua alegoria.
Não me acanho em rolar
deitado, ser sua bola oito,
ser lançado da cama ao infinito.
Careço gastar minhas vidas
em algaravia, de súbito,
voraz deleitar-me 
no teu peito sem atrito
ao cair de pé, de quatro,
ego desarmado e tal,
de pires na mão, suplico,
só pra chegar ao prato do dia.
Acabo gato escaldado
de barriga cheia, miando por mais,
bem apanhado a agitar meu guizo,
emaranhado em teus novelos,
alcanço o telhado, o teto a céu aberto
ou lá aonde judas perdeu as botas
e, zás! estou pronto de novo,
amoldado à passagem do escuro,
tenho as chaves do instante 
só pra queimar outra vida,
que se me abre em sóis
depois de muitas luas,  fôlegos  
e a porta luminosa do porvir - 
afinal tenho sete, 
até perder o soneto e o juízo!
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João Maria Ludugero

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