O tempo cava seus sulcos
crava seus dentes
erra veias e pulsos,
erra veias e pulsos,
irriga ou seca vasos
enxuga lágrimas
rasga pontes e pinguelas
de todas as bandas
de frente, tronco e versos
o tempo escancara janelas
abre portas, cancela outras cercas,
alarga e estreita caminhos e promessas
pinta sorrisos de chegada,
amarela desencontros e partidas,
abre portas, cancela outras cercas,
alarga e estreita caminhos e promessas
pinta sorrisos de chegada,
amarela desencontros e partidas,
tempera bem a carne do coração
que segue esticado no curtume
e o tal senhor tempo, arteiro e sagaz,
ao passar por mim sorrindo,
constrói redemoinhos,
atira-me rugas
sobre a flor da pele,
a frio, a ferro e a fogo desenha
marcas patentes que virão comigo,
tatuando minha alma desde a raiz
até o dia de voltar ao barro
e fazer de novo parte desse chão,
até o instante de ganhar forma
em novas digitais,
dentro doutra face,
em novas digitais,
dentro doutra face,
noutro verbo soprado
nas entranhas da carne,
outro ser desnudo advindo da magia
da vara de condão da terra-mãe.
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