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TEMPO DE JACA, por João Maria Ludugero

Já, queiras ou não queiras,
chega o dia em que, 
de mole, a jaca acaba caindo
bem aos pés da gente, 
se espatifa toda: plaft!
E é bago pra todos os lados,
e é caroço pra todas as bandas.
Jaca mole, jaca dura,
Jaca madurinha no pé,
suspensa, vista pelo menino,
esperando boca que a queira,
ganhando sua cor verde vã.
Saca o moleque, à beira do rio Joca,
preferindo talvez cajá-manga,
faca amolada com esmero no lajedo. 
E o visgo da fruta a desafiar suas mãos.
Desconfiado, ele já cheira cá e acolá:
do pé à mão, da mão às narinas
alegra-se o menino traquinas e, já
e cá,  grava no quengo uma ideia
de usar a tal cola para dar maior atrito
e melhor aderência na subida 
do escorregadio pau-de-sebo.
O aroma da fruta que examina é tão doce
que o leva na manhã de domingo 
à feirinha-livre da Várzea 
para a jaca cumprir sua sina ao se achar 
e se perder entre balaios de pitombas, 
jacás de cajus, laranjas-cravos, graviolas 
e outros aromas da terra de Seu Nezinho.
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João Maria Ludugero

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