Eu quero plantar sementes na minha Várzea
para fazer renascer árvores e pousar pássaros,
criar raízes, flores, frutos no Riachão,
cultivar meu roçado de feijão e milho,
encher meu caçuá de batatas-doces e macaxeiras.
Emaranhar-me entre as ramas dos jerimuns,
maxixes e melancias no roçado de Zuquinha.
Eu quero recriar um coqueiral na beira do rio Joca
que seja verdejante e tenha ventania
para desalinhar as tranças das meninas
na revoada dos canários de chão na estrada
e na dança da tarde amena ao Vapor.
Eu quero me achegar à terra e lhe sussurrar nos ouvidos
feito orquestra de sapos e jias, dos grilos, da noite
ganhar ritmo na cantiga do sorriso das crianças,
na prece das flores das noites varzeanas
no canto das chuvas de março,
no som de todos os ventos esperançosos
e na infinita nota de cada presente
que enche de maior valia meu caçuá,
no bater incansável dos cascos do tempo
que me toca para a morada dos sonhos
que existem em mim... a casa de São Pedro,
a minha Várzea de Ângelo Bezerra,
terra abençoada de Mateus Joca Chico
e da inesquecível Joaninha Mulato.
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