Natalenses vivem o caos; motoristas e cobradores de ônibus em greve

No VNT do Jornal de Fato

Motoristas e cobradores não deram ouvidos à determinação judicial do desembargador, vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, José Rêgo Júnior, que exigia 70% da frota circulando em horários de pico ontem em Natal. A população alega que nem 30% dos ônibus urbanos estão na rua. O volume de pessoas nas paradas e no trânsito da Ponte de Igapó e o uso de veículos particulares denunciavam o caos em mais uma manhã de greve dos transportes na capital potiguar.

Os coletivos que apareciam nas paradas de ônibus eram insuficientes para atender a quantidade de passageiros que necessitavam do transporte. “É um absurdo. Ontem não tínhamos nem como chegar ao trabalho e hoje, estamos indo pelo mesmo caminho”, afirmou o usuário Juvenal França, 49 anos, há duas horas na parada e já atrasado para chegar ao trabalho.

Raros ônibus foram vistos circulando pelas ruas de Natal, o que dá a certeza de que a determinação judicial não está sendo cumprida. Ontem à noite, o desembargador determinou ao Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Rio Grande do Norte (SINTRO-RN) que a frota de 70% estivesse nas ruas nos horários propostos (5h às 9h e 16h às 20h), sob pena de, em caso de descumprimento, terem que arcar com uma multa de R$ 25 mil por dia. Nos demais horários, a frota deveria ser de 50%. Apesar de a greve ter começado na segunda-feira, 14, o valor da multa só começou a ser computado ontem.

O proprietário da empresa Cidade do Natal e presidente do Seturn, Augusto Maranhão, informou que a empresa saiu com apenas 25% da frota no horário de pico e que os transportes que saíram estão sendo alvo de intervenções sindicalistas no bairro Planalto. “Eles impedem o fluxo normal dos carros”, reclamou. A probabilidade de novas intervenções sindicalistas ocorrerem pela cidade é elevada.